Abstenção recorde na reeleição de Cavaco Silva

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Decorreram no passado domingo as eleições para a Presidência da República, que deram a vitória na primeira volta ao actual Presidente, Cavaco Silva, que, ao ter obtido 52,9% dos votos expressos, deixou a muita distância os restantes candidatos.
Contudo, este acto eleitoral, por razões diversas e que têm sido explicadas de várias maneiras pelos muitos comentadores que percorrem os jornais, écrans da TV e rádios, teve a maior abstenção de sempre neste tipo de eleições, atingindo os 53,4%, permitindo na mesma que o actual ocupante de Belém vencesse com mais de metade dos votos.
Mesmo assim perdeu mais de meio milhão de votos em relação há cinco anos, no que foi seguido também por Manuel Alegre, com 19,8% dos votos expressos, desta vez também candidato apoiado pelo PS e pelo BE, que perdeu mais de 200 mil votos em relação à eleição de 2006, em que se apresentava como candidato independente e que então bateu o candidato apoiado pelo PS, Mário Soares.
As surpresas nesta eleição foram o candidato independente Fernando Nobre, com 14,1%, que ficou na terceira posição com quase 600 mil votos e José Manuel Coelho, o candidato sui generis da Madeira, que obteve 189 mil votos, correspondendo a 4,5% dos votos expressos. O candidato do PCP, Francisco Lopes, segurou 7,1% da votação habitual na sua área partidária e o deputado do PS, Defensor de Moura, que concorreu como independente, ficou-se pelo 1,6% dos votos.
O fenómeno nacional desta votação foi também visível, tanto no distrito de Leiria, como na região Oeste, tal como em cada um dos concelhos destas duas áreas.

Cavaco Vence nas Caldas com 57% e em Óbidos com 55%

A abstenção no concelho das Caldas da Rainha e no de Óbidos foram sensivelmente idênticas à do país, o que mostra que o fenómeno foi bastante generalizado, o que deve merecer alguma reflexão aos actores políticos nacionais de todas as áreas.
O número de eleitores tantos nas Caldas como em Óbidos aumentaram substancialmente desde as últimas presidenciais, fruto de novos residentes e do novo método de atribuir a localização da residências aos portugueses, tendo subido no primeiro concelho cerca de 10,8% e no segundo cerca de 5%.
Contudo o número de votantes em ambos os actos eleitorais desce de 2006 para 2011 respectivamente 15% e 12%.
Outro fenómeno que se observou no conjunto do país e também nos concelhos do Oeste e do distrito de Leiria foi o aumento dos votos em brancos e dos votos nulos. Nas Caldas os brancos aumentaram de 2006 para agora 264% e em Óbidos 218%. Os nulos, ou seja votos mal utilizados ou anulados pelos eleitores, aumentaram nas Caldas 102% e em Óbidos 71%.
Pode-se ainda referir que Cavaco Silva venceu em todas as freguesias de Caldas da Rainha e de Óbidos, a muita distância dos restantes contendores, com a surpresa de Fernando Nobre ter ganho nas Caldas da Rainha a Manuel Alegre. Este nem na Foz do Arelho, praia que frequenta regularmente, conseguiu obter mais votos.
Surpreendente também foi o número de votos conquistado nas Caldas pelo candidato madeirense, José Manuel Coelho, que quase alcançou o candidato do PCP, Francisco Lopes.
Finalmente, nas Caldas da Rainha Cavaco Silva obteve este ano menos 30% dos votos do que em 1995 quando concorreu (e perdeu) contra Jorge Sampaio. No concelho de Óbidos ocorreu idêntico fenómeno com Cavaco a perder quase 400 votos em relação a 1995.

Em Alvaiázere Cavaco domina totalmente

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No distrito de Leiria é no concelho de Alvaiázere que Cavaco Silva domina com 81% dos votos expressos, enquanto que no concelho da Marinha Grande, pelo contrário, Cavaco só obteve 37% dos votos, com os restantes a repartirem-se por Alegre, Nobre e Lopes.
Na região Oeste também no concelho da Lourinhã Cavaco Silva consegue 66% dos votos, com os restantes repartidos em partes iguais por Alegre e Nobre, seguidos de Coelho, Lopes e Moura.
O concelho no Oeste com menor votação relativa no vencedor foi Alenquer com 43%, com Alegre a seguir com 14% e Nobre com 9%.
Nas páginas interiores desta edição da Gazeta das Caldas o leitor encontrará vários quadros que lhe darão uma panorâmica de todos os resultados na região.

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3 COMENTÁRIOS

  1. Quem ganha e quem perde talvez não seja tão interessante saber quanto será debruçar-nos e atentarmos sobre outros resultados destes eleiões.
    Baseando-nos sobre dados divulgados pelo CM, retirando os falecidos e outros casos, o total que deveria votar seria 8.370.000.
    Votos em branco e anulados, acrescidos dos que não se pronunciaram, reduziram os que votaram a 47,41% do eleitorado.
    Em resultado final, mantendo-se as devidas proporções das distâncias entre os candidatos, o vencedor foi eleito com 26.65% votos do total de 8.370.00.
    Resumindo: dos 8.370.000, 4.401.783 não gostam de Cavaco (nem dos outros).

  2. A DGERT tem por missão apoiar a concepção das políticas relativas ao emprego e formação profissional e às relações profissionais, incluindo as condições de trabalho e de segurança saúde e bem-estar no trabalho, cabendo-lhe ainda o acompanhamento e fomento da contratação colectiva e da prevenção de conflitos colectivos de trabalho e promover a acreditação das entidades formadoras. Tudo uma grande mentira, as provas são dadas com o despedimento colectivo de 112 pessoas do CASINO ESTORIL
    “Para Os Trabalhadores da empresa casino estoril no final se fará justiça, reconhecendo a insustentabilidade de um despedimento Colectivo oportunista promovido por uma empresa que, para além do incumprimento de diversas disposições legais, apresenta elevados lucros e que declara querer substituir os trabalhadores que despede por outros contratados em regime de outsoursing”.