O novo hospital Oeste Norte será afinal a remodelação e ampliação do actual Hospital Distrital das Caldas da Rainha, como chegou a estar planeado anteriormente. A decisão do governo foi divulgada pela Ministra da Saúde, Ana Jorge, aos autarcas do Oeste, na reunião que decorreu na passada sexta-feira, em Lisboa. Caldas da rainha terá que oferecer novas acessibilidades.
De acordo com o presidente da Câmara das Caldas, Fernando Costa, esta “grande ampliação na prática corresponde a um novo hospital”, acrescentando que, numa primeira fase, será construída uma parte nova e depois feita uma adaptação do que já existe ao novo hospital.
Para o autarca e escolha desta solução estará relacionado com questões económicas, dado que um hospital criado de raiz custaria cerca de 100 milhões de euros ao passo que esta obra deverá rondar os 50 ou 60 milhões de euros. Do actual hospital serão aproveitados alguns equipamentos e parte do edificado.
Se o projecto for continuado pela mesma equipa que estava a desenvolver o do alargamento do hospital distrital, agora adaptado a uma nova dimensão, “podemos ter projecto no próximo ano sem ser necessário fazer concurso”. Caso contrário, se tiver que ser feito um projecto novo será mais demorado.
A nova unidade de saúde vai-se expandir para a zona nascente e sul do actual hospital caldense, local para onde já estava prevista a sua ampliação. O espaço a ocupar será menor que os sete hectares previstos para um edifício de raiz. “Seguramente serão necessários uns três hectares”, afirma o edil, adiantando que, com esta extensão, não entrará em conflito com a mata, nem porá em perigo o aquífero.
O autarca defende que este terá “mais espaço, camas e valências”, recordando que a ampliação não chegava a prever 200 camas e o novo hospital vai ter 224. Diz mesmo que “24 camas hoje representa mais 60 ou 70 camas há 10 anos porque os tempos médios de internamento são menores”.
Fernando Costa revelou ainda que foi garantido por Ana Jorge que a maternidade fica nas Caldas e irão ficar mais especialidades. Diz estar satisfeito a 50% porque, apesar do hospital ficar instalado nas Caldas, preferia a sua localização junto ao Cencal, por estar mais próximo da auto-estrada.
“Em boa verdade a alternativa de Alfeizerão era péssima e mesmo Tornada era bastante longe da cidade”, afirmou, destacando que este equipamento é uma das grandes âncoras do comércio e da vida local no centro histórico.
Esta solução não sairá muito mais barata à autarquia porque o ministério colocou desde logo a exigência de prolongar a circular nascente que vai ligar o Casal Belver e Mata até S. Cristóvão para dar melhor entrada a quem vem de sul. Fernando Costa acedeu à proposta mas adverte que o esforço tem que ser conjunto, da Câmara e do Estado.
Ainda de acordo com a ministra da Saúde, o Hospital de Peniche mantém-se e o de Alcobaça vai sofrer algumas reformulações, tanto ao nível do edifício como ganhando algumas valências de assistência. Por outro lado, deixará de ter internamentos, que serão todos canalizadas para as Caldas.
Paulo Inácio, presidente da Câmara de Alcobaça, continua à espera de uma “clarificação das posições”, que defende que seja dada pelo primeiro-ministro. O autarca que continua a defender a localização em Alfeizerão considera que “todo o processo está ferido de ilegalidade, porque as opções politicas são constantemente alteradas”. Refere que apresentou uma proposta a José Sócrates onde rebatem a alternativa de localização em Tornada, com argumentos, muitos deles, assentes no estudo do economista Daniel Bessa, que aponta Alfeizerão como a melhor localização. “Queremos coisas certas, não processos ficcionais”, reclama.
Por seu lado, o presidente da Câmara da Nazaré, Jorge Barroso, diz apenas que solicitou uma reunião para se avaliarem as repercussões desta medida para o concelho, remetendo para mais tarde eventuais comentários.