Ana Neves e Alberto Pereira substituem Fernando Costa e Maria da Conceição

1
1411

Depois de 28 anos à frente dos destinos da Câmara das Caldas da Rainha, Fernando Costa suspendeu o mandato por 130 dias, estando previsto o seu regresso às Caldas após as eleições autárquicas para terminar as suas funções. Até lá, e com a saída também de Maria da Conceição, o executivo vai contar com novos vereadores – Ana Neves e Alberto Reis Pereira.
Nos próximos meses Fernando Costa irá dedicar-se à sua campanha em Loures, onde é candidato pelo PSD. O autarca diz que leva das Caldas um passado político e também uma identificação com o trabalho feito. “Pode ser um idealismo serôdio, mas gostaria de ficar sempre como o presidente da Câmara das Caldas da Rainha porque esta foi a maior experiência politica que tive”, disse, garantindo que o tempo encarregar-se-á de mostrar se foi um bom ou mau autarca.

Desde o passado dia 1 de Junho que Tinta Ferreira assume a presidência da Câmara em exercício, dado que também a vereadora Maria da Conceição Pereira (número dois do executivo) apresentou a suspensão de mandato por três meses, uma vez que não pode acumular o cargo de deputado da Assembleia da República com a de presidente interina da Câmara.

Desde o passado dia 1 de Junho que Fernando Costa deixou de exercer o cargo de presidente da Câmara das Caldas, sendo substituído pelo vereador Tinta Ferreira.
O autarca, que presidiu durante 28 anos aos destinos do concelho caldense, suspendeu o mandato por 130 dias, estando previsto o seu regresso às Caldas após as eleições autárquicas para terminar as suas funções. Durante este período Fernando Costa irá dedicar-se à sua campanha em Loures, onde é candidato pelo PSD.
“Em boa verdade continuo a ser o presidente da Câmara, embora não em exercício”, disse Fernando Costa, que quer estar presente na tomada de posse do novo executivo autárquico nas Caldas.
“Estarei em Loures 80% do meu tempo e nas Caldas os restantes 20%”, revelou a 3 de Junho quando, apesar de tudo, ainda estava na Câmara a resolver alguns assuntos que tinha pendentes. O autarca, que já entregou o carro de serviço, deixou à vereação a sua disponibilidade para continuar a ir às reuniões de Câmara para ajudar no que seja preciso.
Fernando Costa considera que os quase 30 anos em que foi presidente da Câmara foi “um tempo curto”. O seu novo desafio – a Câmara de Loures – não o preocupa pois acredita mesmo que tem hipóteses de ganhar naquele município que tem sido socialista. “E se não for presidente serei vereador nos próximos quatro anos”, antevê.
Das Caldas leva um passado político e também uma identificação com o trabalho feito. “Pode ser um idealismo serôdio, mas gostaria de ficar sempre como o presidente da Câmara das Caldas da Rainha porque esta foi a maior experiência politica que tive”, disse, garantindo que o tempo encarregar-se-á de mostrar se foi um bom ou mau autarca.
Esse idealismo e dedicação à Câmara levou a que perdesse vários amigos, mas Fernando Costa não está “nada arrependido” pois essa perda foi consequência de conflitos de interesse e de ideais. Considera que a nível profissional e pessoal sai “muito prejudicado” por ter estado todos estes anos na Câmara, mas fê-lo por um ideal e por uma dádiva ao concelho.
“Os meus princípios de vida e valores foram-me transmitidos pelos meus pais, simples mas honestos, e pela Ordem Franciscana, e por isso é que sou assim: lutador, inconformado, revoltado, revoltante e, por vezes, agressivo”, auto caracteriza-se o autarca.
Fernando Costa revela que sempre foi um “presidente muito sério e honesto” e que, por isso, ao longo do seu percurso arranjou alguns inimigos e incompatibilizou-se com outras pessoas, a uns porque não aprovou a fábrica ou a casa, a outros porque não deu emprego ou fez o que lhe pediam.
“Se calhar não tenho nenhum amigo íntimo, pessoal, de convivência, mas arranjei muitos admiradores”, disse também à Gazeta das Caldas, destacando que sai com muito mais apoios do que tinha antes de entrar para a Câmara.

“Pus a cabeça no cepo pela Linha do Oeste”

O autarca considera que o seu trabalho no concelho foi positivo e a atestá-lo estão as várias maiorias absolutas que conseguiu. Destaca o abastecimento de água e saneamento básico no concelho como as maiores obras dos seus mandatos, ao passo que as mais emblemáticas são a ESAD (que a Câmara ajudou a construir), a conclusão do edifício dos Paços do Concelho e o CCC.
“A cidade hoje é completamente diferente e bem ordenada, contrariamente ao que dizem”, refere o autarca, socorrendo-se de opiniões de especialistas que dizem que “não há exageros”. O orgulho de Fernando Costa está também na recuperação do Hotel Lisbonense, na criação da Biblioteca Municipal e nas obras nas praias da Foz do Arelho e Salir do Porto, assim como o apoio dado ao parque escolar e à rede de apoio social.
Mas a sua última grande vitória foi a continuidade do funcionamento da Linha do Oeste. “Esta linha só tem comboios hoje das Caldas da Rainha para Leiria graças ao Fernando Costa, que enquanto presidente da Câmara fez a Plataforma da Defesa da Linha do Oeste e encomendou o estudo”, disse, acrescentando que pôs a “cabeça no cepo” por esta causa.
Por terminar fica o dossier do termalismo nas Caldas. No seu último dia enquanto presidente de Câmara, a 31 de Maio, Fernando Costa foi a Santa Catarina defender a reabertura da Estação dos Correios, a um sarau da ginástica e a uma homenagem que lhe foi prestada pela Escola de Sargentos do Exército. No entanto, o seu último acto formal foi recusar despachar um protocolo que a Direcção Geral de Património apresentou à Câmara para a cedência do Hospital Termal, por considerar “muito penalizante para a autarquia”.
O edil deixa a Câmara das Caldas com uma dívida na ordem dos três milhões de euros, mas com cerca de oito milhões disponíveis em tesouraria. “Há uma verba segura de cinco milhões de euros de saldo que permitirá aos futuros executivos não terem que subir os impostos e resolver as obras do Hospital Termal, Pavilhões do Parque e Museu da Cerâmica”. Se pudesse fazer um testamento seria isso que continha, justificando que o governo não sabe tomar conta do Hospital Termal, do seu património e do Museu da Cerâmica.
Para hoje, sexta-feira, está prevista uma homenagem pelos funcionários da Câmara.

Alberto Pereira e Ana Paula Neves vão ser vereadores

O deputado na Assembleia Municipal, Alberto Reis, e a chefe de gabinete de Fernando Costa, Ana Paula Neves, são os novos vereadores PSD na Câmara das Caldas. Esta tomada de posse surge na sequência das suspensões de mandato do presidente da Câmara, Fernando Costa, e da vereadora Maria da Conceição Pereira. Esta última suspendeu o mandato por três meses para não assumir a presidência da Câmara (onde era a número dois) por tratar-se de uma situação incompatível com o mandato que exerce como deputada na Assembleia da República.
O vereador Tinta Ferreira assume a presidência da Câmara em exercício e mantém-se o vereador Hugo Oliveira que passará a ter os pelouros da Mobilidade Urbana, Juventude, Turismo, Desenvolvimento Económico, Abastecimento Público (mercados). Assume ainda a presidência da comissão executiva da Reserva Natural Local do Paul de Tornada.
Já Ana Paula Neves ficará responsável pelas áreas da Modernização Administrativa, Planeamento, Recursos Humanos e Fundos Comunitários. Passa também a integrar o Conselho de Administração dos SMAS.
Alberto Pereira ficará com os pelouros da Educação, Desporto, Higiene Urbana, Espaços Verdes, Cemitérios e passa a representar o município na APEPO (Associação de Escolas Profissionais).
Por inerência de funções, Tinta Ferreira assume as restantes competências não delegadas. F.F.

1 COMENTÁRIO

  1. Desde Badajoz, deseo desearle al Doctor Fernando Costa, toda clase de éxitos y satisfacciones en el objetivo que pretende alcanzar, y al mismo tiempo agradecerle de corazón todo el empeño puesto de manifiesto a lo largo de todos estos años, por mantener los nexos de unión entre Caldas y Extremadura, a través de la cultura y el deporte.
    Un fuerte abrazo.
    Manolo.