As eleições no Brasil, segundo duas brasileiras que vivem nas Caldas

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Gazeta das Caldas
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No próximo domingo, 28 de Outubro, decorre a segunda volta das eleições para as presidenciais brasileiras. Gazeta das Caldas conversou com duas brasileiras que vivem nas Caldas sobre o que pensam sobre Haddad e Bolsonaro, que representam, respectivamente, a esquerda e a extrema-direita da política brasileira. Por se encontrarem do lado de cá do Atlântico, as brasileiras têm que justificar porque não votam porque o voto no Brasil é obrigatório.

Gazeta das Caldas
Marcela Durmmond

Para Marcela Drummond, 35 anos, jornalista e a residir em Portugal há quatro meses, o Brasil encontra-se diante da escolha entre a extrema direita e a extrema esquerda. Por isso, receia que as políticas de Haddad, “sejam semelhantes às da Venezuela”. Teme que o PT (Partido dos Trabalhadores) decida fechar a economia brasileira ao exterior e discorda da despenalização da cannabis, que Haddad defende. Diz que a despenalização que tão bem funciona na Holanda, não funcionaria no Brasil “onde acentuaria ainda mais problemas que já existem”.
Marcela Drummond considera que a extrema-direita de Bolsonaro “exacerba uma política de violência em resposta à grande insegurança que se vive actualmente no país” e está contra o facto do candidato pretender acabar com o estatuto de desarmamento (proibição de posse de armas), “uma grande conquista” alcançada há 16 anos.
A jornalista questiona-se se armar a população é uma forma efectiva de evitar a violência ou, pelo contrário, de criar ainda mais violência. Por ano há 60 mil homicídios no Brasil.
Sem se rever em nenhum dos candidatos, Marcela tem a escolha facilitada por não vai votar por estar fora do seu país. “Não tenho possibilidade de votar pois não cheguei a Portugal a tempo para fazer o meu registo no consulado”, disse à Gazeta das Caldas. No entanto, se a tivesse, “não votaria em nenhum dos dois candidatos”.

Nem Haddad nem Bolsonaro!

Gazeta das Caldas
Simone Cardoso
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Também Simone Cardoso, de 58 anos, não se revê nas políticas defendidas pelos dois candidatos à presidência do Brasil. A psicóloga que está a residir em Portugal desde Janeiro, e que estuda Gestão de Turismo nas Caldas, não pode votar porque a documentação necessária não foi expedida atempadamente.

“Eu votaria num partido, mesmo que soubesse que não iria ganhar, que defendesse valores mais a ver com as minhas ideias”, disse à Gazeta das Caldas. “Por um Brasil melhor eu não votaria nem em Bolsonaro nem em Haddad!”.
“Para mim nenhum dos dois nos deveria representar. Hadad parece-me uma marioneta e o Bolsonaro uma outra marioneta”, diz a brasileira que considera que ambos “são apoiados por forças e empresários de interesses opostos”. Na sua opinião, nenhum destes candidatos deveria ser eleito. “Vamos continuar a ter os mesmos problemas, só com nomes diferentes!, rematou a psicóloga, algo emocionada dado que “estamos a falar do meu país!”.

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