Caldas acolherá associação de Smart Cities

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A Zoom Global Smart Cities Association (ZGSC), que tem por missão promover boas práticas, desenvolver estratégias e credibilizar informação e conteúdos na área das cidades inteligentes, terá uma delegação nas Caldas da Rainha. A autarquia aprovou um protocolo de colaboração com a associação, válido por um ano, que será presente na próxima semana à Assembleia Municipal.

 

O protocolo de comodato foi aprovado, pela maioria do executivo (com a abstenção dos vereadores socialistas), no passado dia 4 de Novembro, devendo a ZGSC ficar instalada no Edifício dos Produtos Regionais. O documento terá de ser ratificado na Assembleia Municipal de 26 de Outubro.
O vereador com o pelouro da inteligência urbana, Hugo Oliveira, considera que a existência de uma delegação da associação nas Caldas permitirá ajudar a desenvolver o projecto na cidade, nomeadamente com a criação de um “mapa” estratégico e de orientação para uma cidade inteligente até Julho de 2020. A associação fica também responsável por promover as actividades da autarquia e a sua divulgação entre associados e parceiros e apoiar os técnicos e chefias municipais na temática das smart cities. Ficará também encarregue de organizar workshops e outros eventos.
A Câmara das Caldas deverá transferir para a associação um montante inicial de 5000 euros como contrapartida da elaboração do “roadmap” estratégico e outros apoios de compensação pelo trabalho que for desenvolvido.
O objectivo passa por “pensar nas Smart Cities não só ao nível da vertente tecnológica mas também no desenvolvimento da comunidade”, disse o autarca à Gazeta das Caldas.

“Deveria ser o município a ocupar-se desta temática”

Os vereadores do PS, Luís Patacho e Jaime Neto abstiveram-se na votação por entenderem que deveria ser o município a ocupar-se desta temática com a implementação de políticas orientadas para a transição para uma economia circular. Consideram a proposta apresentada “passível de recurso, embora tímida, vaga e enviesada, pouco consentânea aliás com a responsabilidade autárquica dos decisores políticos eleitos nesta matéria, tão essencial como a natureza estratégica fundamental da incorporação das TIC na melhoria da qualidade e desempenho dos serviços públicos municipais e urbanos”, referem na sua declaração de voto.
Os autarcas na oposição consideram que a produção de um mapa de estradas (Roadmap) estratégico e de orientação para uma cidade inteligente, pela ZGSC em sete meses, será “sempre um documento de pouco significado político e social”, se não houver um Gabinete Municipal de Planeamento Estratégico e de Projectos a liderar e gerir a transição para uma economia circular nas Caldas da Rainha.
Na opinião destes vereadores seria este o melhor veículo para garantir um compromisso político, a médio e longo prazo, que mobilize as instituições e os agentes económicos para a redução, reutilização, recuperação e reciclagem de materiais e energia, incorporando tecnologia e valor nos produtos e serviços. Por outro lado, têm “muita dificuldade em entender” que esta associação ocupe uma sala do Centro de Promoção e Divulgação dos Produtos Regionais, “construído com financiamento europeu para tal finalidade” e lamentam que, mais de quatro anos depois da sua inauguração, ainda não se conheça nenhum trabalho ou política de protecção e valorização dos produtos regionais do concelho.