O ex-responsável pelo pólo do Ministério do Ambiente nas Caldas da Rainha, Paulo Lemos, foi nomeado na semana passada secretário de Estado do Ambiente e do Ordenamento do Território naquela que foi a segunda remodelação governamental do actual executivo.
O caldense Paulo Lemos liderou a Divisão sub-regional do Oeste da Direcção Regional do Ambiente nas Caldas da Rainha, entre 1993 e 2002, tendo nos dois anos seguintes sido o director do Centro de Emprego das Caldas da Rainha.
Depois disso a sua carreira passou para Bruxelas como conselheiro técnico da Representação Permanente de Portugal junto da União Europeia, entre 2005 e 2011. Desde o ano passado estava na Agência Portuguesa do Ambiente.
Militante do PSD, Paulo Lemos preconizou uma tentativa de oposição interna a Fernando Costa, em 1996, quando avançou com uma lista alternativa para a Comissão Política Concelhia. Não teve, contudo, êxito, pois foi siderado pela estrutura local, acabando por desistir de fazer política nas Caldas da Rainha.
A carreira técnica, porém, viria a revelar-se compensadora com uma agora entrada directa para o governo, apesar de, já por duas vezes, ter sido assessor de um ministro do Ambiente (1991 a 1993) e de um secretario de Estado (2004).
Paulo Lemos é licenciado em Direito pela Faculdade de Direito de Lisboa e com um MBA pelo INDEG/ISCTE, sendo filho de caldenses. O seu pai foi empregado bancário na cidade estando já reformado. É sobrinho de um dos responsáveis pela Gazeta das Caldas no pós-25 de Abril, o saudoso Alberto da Silva Lemos, falecido num acidente de viação.
A pedido da Gazeta das Caldas, Paulo Lemos fez a seguinte declaração aquando da sua nomeação governamental:
“Considero que um dos grandes desafios da atualidade consiste em demonstrar que o ambiente não representa um obstáculo ao desenvolvimento do nosso país. Antes constitui uma real oportunidade na medida em que a aposta numa sociedade de baixo carbono, numa política de eficiência de recursos e na ecoinovação apresenta um enorme potencial de criação de novos mercados e, logo, de emprego. De acordo, com dados da Comissão Europeia, a transição para uma economia “verde” pode gerar entre 15 a 60 milhões de empregos em todo o mundo nas próximas duas décadas e retirar dezenas de milhões de pessoas da pobreza. Estes são números que não podemos continuar a ignorar, não só pelos impactos positivos a nível socioeconómico, mas também pelos benefícios ambientais inerentes. Acredito que este é o rumo para um desenvolvimento efetivamente mais sustentável, equitativo e inclusivo.”
A posse dos novos membros do governo foi dada pelo Presidente da República na passada sexta-feira, dia 1 de Fevereiro.
Na passada segunda-feira, na reunião da Comissão Política Conselhia do PSD das Caldas, foi aprovado um voto de aclamação pela nomeação de Paulo Lemos.