Câmara de Óbidos com resultado de 4,1 milhões

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A Assembleia reuniu a 26 de abril para discutir e aprovar as contas do município relativas a 2022
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O documento foi aprovado por maioria, na reunião de 26 de abril, com a oposição a pedir mais investimento

A Câmara de Óbidos teve em 2022 um resultado líquido positivo de 4,1 milhões de euros. O valor substancialmente superior ao do ano anterior (que foi de 332 mil euros) é justificado no relatório de gestão pelo “aumento muito significativo do rendimento de impostos”, sobretudo do IMT. Na assembleia municipal de 26 de abril, os documentos foram aprovados por maioria, com o voto favorável do PSD e Chega, a abstenção do PS e o voto contra do PCP.
Embora reconhecendo que houve, em 2022, uma “melhoria generalizada dos rácios economico-financeiros, tal como da liquidez geral, a solvabilidade e autonomia financeira”, o PS queria ver mais investimento. A deputada Natália Leandro destacou a capacidade do município de gerar receita, mas considerou as despesas de investimento insuficientes. A deputada socialista falou de vários problemas por resolver, ao nível da ampliação da rede de saneamento, da habitação social, melhoria dos parques de estacionamento ou da transferência dos serviços públicos para fora das muralhas. “Parece haver alguma dificuldade em estabelecer prioridades ao nível dos investimentos possíveis de realizar”, referiu a representante do PS para quem as opções políticas teriam sido outras.
O PCP votou contra por discordar da estratégia política do executivo PSD. “Temos as contas que correspondem ao que foi executado no orçamento apresentado, o qual não tínhamos concordado com a distribuição das receitas e despesas”, explicou Sílvia Correia.
O “rigor e esforço” do município no sentido de apresentar contas equilibradas foi destacado pelo deputado do PSD, Hugo Henriques, que realçou ainda que a sua estrutura orçamental está suportada nas receitas próprias, nomeadamente nos impostos diretos e indiretos, vendas e prestações de serviços. O deputado registou ainda uma série de indicadores económico financeiros “saudáveis”, que transmitem “confiança às entidades com quem o município trabalha e, aos munícipes, a certeza de que existe capacidade de endividamento para continuar a investir no concelho quer nas infraestruras existentes, quer na criação de novos projetos”.
Também o presidente da Câmara, Filipe Daniel, salientou tratar-se de um “resultado muito significativo”, fruto da estratégia e implementação das políticas deste executivo. “A execução da receita total acaba por ter valores nunca atingidos até esta data (111,4%), é um feito extraordinário”, realçou. Referindo-se à taxa turística, questionada pelo PS, o autarca explicou que foram auferidos 237 mil euros, mas que um reforço da fiscalização vai permitir aumentar o valor. Esse dinheiro foi investido em caiações na vila e melhoramento da conetividade com a rede wifi. No que respeita à saída dos serviços públicos de dentro da vila, ao invés de construírem um edifício novo, serão reabilitados os antigos balneários do campo de futebol, para os albergar. Está também previsto investimento na modernização do parque de máquinas e viaturas do município, aquisição de património, nomeadamente de um terreno na rotunda dos Arrifes bem como de uma casa em A-dos-Negros para criar o centro interpretativo. A regularização da rede viária e a requalificação do parque desportivo municipal, serão também alvo de investimento.
Filipe Daniel informou ainda que pretendem fazer uma “criteriosa limpeza” do aqueduto, de modo a depois realizar o levantamento topográfico e finalizarem o projeto de candidatura para a sua requalificação.
O municipio de Óbidos “não tem um euro de dívida a terceiros com datas superiores a 90 dias e, neste momento a dívida é de 373 mil euros”, disse o autarca, respondendo ao deputado do Chega, José Marques sobre os prazos de pagamentos a fornecedores. ■

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