Carlos Guerra escolhido para candidato do PS em Alcobaça

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Comandante operacional do CDOS de Leiria garante que vai manter-se no cargo e só o deixará se for eleito presidente da Câmara

Sobrinho de Miguel Guerra pretende seguir exemplo familiar e recuperar Câmara para os socialistas

Carlos Guerra foi escolhido, na passada sexta-feira, para cabeça de lista do PS à Câmara de Alcobaça, sendo o candidato mais votado pela Concelhia no confronto com Rui Alexandre, o líder local do partido, e Luís Guerra Rosa. José Canha é o candidato à Assembleia Municipal.
O comandante operacional do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Leiria está, assim, de regresso à política ativa, depois de ter sido vereador durante o mandato 2001-2005. A escolha terá, ainda, de ser ratificada pela Federação Distrital de Leiria do PS e, posteriormente, pelos órgãos nacionais.
O candidato indigitado pela Comissão Política de Alcobaça do PS pretende seguir as pisadas do tio, Miguel Guerra, que foi o único presidente de Câmara eleito pelo PS, ao sair vencedor das autárquicas de 1976, 1989 e 1993.
De resto, nas próximas eleições, os socialistas tentarão contrariar um ciclo de 24 anos de poder do PSD e Carlos Guerra acredita que o PS pode operar “a mudança de que o concelho necessita”, apesar da clivagem interna.
“Fui desafiado por um grupo de militantes e outras personalidades e, depois de alguma reflexão, decidi avançar”, salienta o antigo comandante dos Bombeiros da Benedita, notando, ainda, que o facto de a candidatura do presidente da Concelhia “não gerar consenso no partido”, foi outro dos motivos que o levaram a avançar.
As prioridades para o mandato estão identificadas, mas Carlos Guerra considera fundamental “tentar trazer um novo sentido de responsabilidade à Câmara”. “Certamente muita coisa foi feita de positivo pelos anteriores executivos municipais, mas é possível fazer mais e melhor. Mesmo sabendo que os recursos não chegam para tudo, com uma gestão rigorosa e uma estratégia clara é possível fazer mais”, considera o antigo vereador num dos executivos de José Gonçalves Sapinho e para quem a ação social é “uma palavra de ordem”.
O candidato remete “para abril” o anúncio do programa eleitoral e das equipas com que o partido se vai apresentar a votos. Neste momento, a candidatura tem em curso “um trabalho de auscultação” nas freguesias, mas as equipas “estão praticamente fechadas” e os candidatos “apalavrados”. O cabeça de lista revela, ainda, que o PS pretende “apoiar muitas listas de independentes” às juntas.
Ponto assente é que Carlos Guerra só deixará o CDOS se for eleito presidente da Câmara de Alcobaça. “Foi uma questão ponderada com as entidades que têm responsabilidades no setor. Irei manter funções até ao dia das eleições. Se ganhar, assumirei as funções de presidente de Câmara”, esclarece o candidato, sublinhando que se candidata “também, como uma homenagem” a Miguel Guerra.
“O meu tio fez um excelente trabalho e ainda hoje é uma referência na política. Tornou Alcobaça um concelho de referência no Oeste e o que pretendo é restaurar essa confiança dos alcobacenses no concelho”, rematou.

Rui Alexandre continua
Apesar de ter sido preterido na escolha do candidato à Câmara, Rui Alexandre garante que não se demite do PS/Alcobaça. “Mantive a mesma expressão das eleições para a Concelhia, pelo que, apesar de alguns que assumiram compromissos terem votado de forma distinta, não vejo razões para me demitir”, explicou o líder local do partido, assegurando “vontade de trabalhar em conjunto” com o candidato. ■