Entre dois a três grupos de cidadãos estão a organizar-se nas Caldas da Rainha para eventualmente concorrer às eleições autárquicas como movimentos independentes, à margem dos partidos políticos.
Num deles perfila-se a candidatura de Francisco Coutinho, que assume essa intenção, mas não quis adiantar quem são os seus apoiantes. Nos outros estão previstos contactos que envolvem elementos do Movimento Viver o Concelho, do Conselho da Cidade e até do movimento Juntos em Defesa do Nosso Hospital. Poderá ainda contar com elementos do extinto CLIC (Cidadania de Livre Iniciativa Caldense) que em 2001 teve uma fugaz aparição pública com o intuito de combater a maioria PSD liderada por Fernando Costa.
O Bloco de Esquerda, que ainda não decidiu se se apresenta às eleições, pondera não apresentar candidatura própria se estes movimentos dispersos conseguirem organizar-se num agrupamento de cidadãos suficientemente forte para se candidatar aos principais órgãos autárquicos.
Francisco Coutinho avança
O caldense Francisco Coutinho admitiu à Gazeta das Caldas que o seu grupo de apoio é constituído por elementos de todos os partidos políticos e de várias áreas profissionais, desde a arquitectura, à engenharia, às finanças, planeamento urbanístico, educação, economia e agricultura. Parco em explicações sobre os apoios, comentou apenas que conta com a ajuda de pessoas da sua geração e outros mais novos que “entendem que eu devo encabeçar essa lista”.
O candidato a candidato, que já foi governador civil de Leiria e presidente do Caldas Sport Club, salvaguarda, no entanto, que a sua candidatura ainda está “em fase embrionária”, devendo esta, a efectivar-se, ser anunciada em finais de Março ou em Abril. Fundamental, diz, é a constituição de um bom programa para agora ainda está em discussão. “As Caldas da Rainha precisa de uma mudança e de uma dinâmica diferente”, rematou.
Francisco Coutinho tem 60 anos, é licenciado em Direito, professor universitário e consultor de empresas. Foi o mais novo presidente da Câmara no pós-25 de Abril quando esteve 13 anos à frente da Câmara da Batalha para onde entrou com 24 anos. É militante do PSD e se avançar com esta candidatura admite sair do partido.
Viver o Concelho admite concorrer à Câmara
Teresa Serrenho, do Viver o Concelho, disse à Gazeta das Caldas que a eventual candidatura deste movimento será decidida a curto prazo e que poderá não limitar-se a concorrer à Junta de Freguesia (tal como aconteceu há quatro anos), admitindo desta vez aspirar à Câmara Municipal.
Enquanto vice-presidente da AMAI (Associação Nacional dos Movimentos Autárquicos Independentes), disse que a nível nacional já estão previstas cerca de 10% de candidaturas oriundas de movimentos independentes. Cascais, Sintra, Matosinhos, Gaia, Marinha Grande, Vila Nova de Cerveira, Oeiras, Mafra, Alijó e Alcácer do Sal são alguns dos municípios onde já há candidaturas de cidadãos fora dos partidos.
Bloco de Esquerda ainda não decidiu
O Bloco de Esquerda das Caldas ainda não decidiu se vai concorrer de forma autónoma às próximas eleições autárquicas, ou apoiar um movimento de cidadãos. Paulo Freitas, deste partido, disse à Gazeta das Caldas que remete a decisão para inícios de Abril.
O mesmo responsável explicou ainda que está “posto de parte a 90%” a hipótese de avançar coligado a outro partido, tal como também está previsto nas linhas orientadoras do partido. Gazeta das Caldas apurou que chegou a estar em cima na mesa uma eventual aliança com o PS.