Clima de tensão na Junta de São Martinho

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Assembleia de Freguesia rejeita alteração orçamental proposta pelo executivo para instalar parque infantil na vila

A Assembleia de Freguesia de São Martinho do Porto rejeitou, na semana passada, uma revisão orçamental proposta pelo executivo da Junta, no montante de 40 mil euros, que visava a construção de um parque infantil na vila. A obra era paga pela Câmara de Alcobaça, mas semeou a discórdia entre as forças políticas, evidenciando o clima de tensão que se vive na Junta desde há vários meses.
A proposta, que consistia na instalação de um “barco” em forma de jardim infantil na praia, recebeu apenas o voto favorável do PSD, tendo o PS votado ao lado do Nós, Cidadãos para rechaçar a medida. O executivo do PSD, suportado por um elemento do PS, fica, assim, numa situação adversa para gerir a autarquia, mas o presidente da Junta garante ter condições para manter-se no cargo.
“Isto trava o crescimento da vila, as nossas crianças. Estou muito triste, não estava à espera”, assumiu o presidente da Junta no final da assembleia extraordinária. No entender de Nuno Vieira, esta é “uma situação inédita”, dado que a Câmara atribuiu um subsídio para o parque infantil, mas a Junta não tem cabimentação orçamental para avançar com a obra.
“Não estou aqui para desistir. Da parte do executivo, queremos o desenvolvimento da vila, mas a oposição tem de ponderar o que pretende”, declarou Nuno Vieira, que, em outubro do ano passado, recuperou a Junta para o PSD, com mais 20 votos que o Nós, Cidadãos e fez um acordo pós-eleitoral, que permitiu a chamada de Ricardo Macedo (PS) para o executivo.
Do lado da oposição, Carlos Manuel Pereira (Nós, Cidadãos) foi contundente nas críticas. Durante a assembleia, pediu “mais informação” sobre o processo e considerou que os valores em causa “provavelmente” dariam para pagar dois parques, em vez de um. “Porquê um barco na praia? Não sabemos se é uma boa opção na praia”, salientou o candidato do Nós, Cidadãos nas últimas autárquicas.
Em resposta, o presidente da Junta explicou que há “uma licença na praia para se colocar o jardim” e que essa era a forma de ter “um parque infantil já em agosto”. “Para instalar o parque no jardim, vai demorar alguns anos”, sublinhou Nuno Vieira, sem conseguir, todavia, convencer a Assembleia de Freguesia a avançar com o projeto. A polémica promete não ficar por aqui. ■

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