Três moções relacionadas com o Oeste foram aprovadas no Plenário Distrital do CDS-PP de Leiria, realizado no dia 30 de Abril em Figueiró dos Vinhos. Uma defende a manutenção dos colégios com contrato de associação com o Estado (16 escolas no distrito, dos quais duas no concelho caldense), outra a total modernização da Linha do Oeste (e não apenas o troço de Caldas-Meleças) e a terceira a construção de um novo hospital nesta região. Só a última não foi aprovada com unanimidade (um voto de abstenção).
É o assunto da ordem do dia nas últimas três semanas e a “culpa” é do despacho normativo 1H/2016, publicado no dia 14 de Abril, que diz que os colégios com contrato de associação só podem matricular alunos residentes na sua área de influência geográfica. Sete dias depois, são anunciadas mais más notícias para as escolas privadas financiadas pelos contribuintes: no próximo ano lectivo não será autorizada a abertura de turmas de início de ciclo (5º, 7º e 10º anos) até que as escolas públicas preencham todas as vagas.
Diogo Carvalho, presidente distrital da Juventude Popular, disse não concordar com as recentes medidas do Ministério da Educação, salientando que “a aprovação do despacho normativo incentiva a tentativa de falsificação das moradas de residência dos alunos” e coloca em causa um “inevitável encerramento” dos colégios com contrato de associação. Palavras que constam na moção apresentada pelo responsável no Plenário Distrital do CDS de Leiria.
Para o jovem popular, estas decisões são ainda mais graves porque foram “levadas a cabo sem consultar os estudantes e as associações de pais, que deviam ser os elementos centrais das políticas educativas”. Em vez disso, representam apenas ideologias políticas. Neste caso, as cores de “esquerda” que “impõem a escolha pública, sem considerar a opinião de alunos e encarregados de educação”. Já a “direita” afirma-se defensora da liberdade de escolha do ensino, seja público ou privado.
Total electrificação da Linha do Oeste
Sobre a electrificação da Linha do Oeste – anunciada em Fevereiro deste ano – o CDS de Leiria considera insuficiente a modernização de metade do troço (84 quilómetros, de Caldas a Meleças). Para os centristas é necessária a modernização da total extensão da linha, ou seja, até ao Louriçal (mais 87 quilómetros).
Na moção apresentada afirmam que a intervenção prevista “pouco contribui para a desejada evolução para que o transporte ferroviário se afirme como uma verdadeira alternativa ao rodoviário”. Isto porque, embora o comboio seja considerado mais seguro, menos poluente e tenha maior capacidade de carga que um carro ou autocarro, actualmente a viagem entre Caldas da Rainha e Lisboa demora duas horas por linha ferroviária. “Outro transporte público rodoviário leva apenas 1h10, com a agravante de que o preço é exactamente o mesmo”.
Trata-se, portanto, de uma “falsa alternativa”, que não rentabiliza o investimento (100 milhões de euros) nem constitui uma alavanca de modernidade para o Oeste. Meia modernização da linha não serve para o CDS, que acrescenta: “somos um país de enorme crescimento turístico e sabendo-se que este meio de transporte é dos mais utilizados na Europa, mais um motivo de incentivo temos a uma mudança de mentalidade e cultura de transportes”.
A proposta centrista aceita uma intervenção faseada e inclui ainda a defesa da criação de um troço de desvio a passar por Loures, directamente para Lisboa.
Um novo hospital regional
Ainda nada se sabe acerca da sua localização. Ou mesmo sobre financiamentos, concursos para elaboração dos projectos e posterior construção. Este é um tema que ainda não passou da fase da ideia, mas que também preocupa o CDS de Leiria. É preciso construir um novo hospital regional no Oeste que dê resposta ao decréscimo de qualidade e quantidade de cuidados de saúde prestados à população oestina.
“As instalações hospitalares existentes na região encontram-se, pela sua antiguidade e/ou exiguidade, obsoletas, seja pelo mau estado do edificado ou por ineficiência funcional”, refere a moção apresentada no Plenário, salientando que “os Hospitais de Alcobaça, Caldas da Rainha, Peniche e Torres Vedras, com acessos difíceis, sem condições físicas e possibilidade de regeneração, não são opção para o futuro”.
Perante um Oeste sistematicamente esquecido no que respeita à saúde, a única solução apontada pelo CDS é a construção de um novo hospital. Para isso, é urgente que o “tema seja discutido abertamente pelos representantes das populações, sem rodeios, caso contrário o tempo não começa a contar”. Uma discussão que no entender centrista deve ser feita no âmbito da Comunidade Intermunicipal do Oeste.