Na sequência da notícia publicada na edição do V jornal de 17-12-2010, página 18, sob o título “Na estação do Rossio não se vendem bilhetes para as Caldas”, e ao abrigo do disposto no artigo 37º da Constituição da República Portuguesa e do artigo 24º da Lei de Imprensa, venho solicitar a V. Ex.ª a publicação do seguinte direito de resposta e esclarecimento:
Ao contrário do que se escreveu neste jornal, são vendidos na Estação do Rossio bilhetes de comboio com origem em Lisboa e destino às Caldas da Rainha. A título de exemplo, foram vendidos no passado mês de Novembro, 72 bilhetes com origem na Estação do Rossio e destino a Estações da Linha do Oeste, das quais 26 tinham como destino final a Estação das Caldas da Rainha.
Estes bilhetes são vendidos na bilheteira da CP localizada no hall de entrada da Estação, vocacionada especialmente para a venda de títulos de transporte de Longo Curso e Regional, mas que também disponibiliza a venda de bilhetes para os percursos urbanos complementares a essas viagens. O bilhete para o percurso total é inclusivamente emitido num único suporte, como se pode comprovar pelo exemplar que anexamos.
Esta bilheteira funciona nos dias úteis, entre as 8h30 e as 19h. Somente nos períodos em que esta bilheteira se encontra encerrada, os clientes que pretendam efectuar um percurso misto de comboio urbano e regional ou longo curso, são aconselhados a adquirir nas bilheteiras de serviços urbanos localizados no piso de acesso às plataformas, ou nas máquinas de venda disponíveis na Estação, bilhetes de comboio urbano até ao Cacém, devendo depois adquirir nesta Estação o bilhete para o restante percurso em direcção à linha do Oeste. Mesmo esta limitação será em breve ultrapassada, existindo já bilheteiras urbanas na região de Lisboa onde é possível adquirir bilhetes do serviço regional ou de longo curso, contrariando uma vez ais afirmações do jornalista de que a CP “divide a sua actividade em “compartimentos estanques” que trabalham de costas voltadas entre si”.
Fica assim comprovado que o artigo publicado no vosso jornal contém afirmações que não correspondem à verdade dos factos, induzindo os vossos leitores em erro. Acresce ainda que o tom aplicado ao longo de todo o texto é manifestamente lesivo da imagem desta empresa.
Tendo em conta todo o atrás exposto, solicitamos que seja dada a esta comunicação dignidade e relevo idêntica à que foi conferida à referida notícia, nos termos do artigo 26º da Lei de Imprensa.
O Conselho de Administração da CP
Nuno Alexandre de Sousa Moreira
Vogal
José Salomão Coelho Benoliel
Presidente
NR – A informação publicada teve como fonte o próprio funcionário das bilheteiras de Lisboa Rossio que disse não ser possível ali venderem-se bilhetes paras Caldas, coisa que, de resto, é habitual em quase todos os postos de venda da CP da Grande Lisboa, que só vendem para comboios suburbanos.
Talvez devido ao pouco tempo em que estão a gerir a CP, os dois administradores subscritores desta resposta, ignorem um passado em que nessa empresa vendiam-se em todas as bilheteiras títulos de transporte de qualquer origem para qualquer destino, como acontece na maioria dos países desenvolvidos. E isso numa época em que não havia computadores e era tudo feito à mão. É, pois, legítimo que o articulista afirme que a CP “divide a sua actividade em “compartimentos estanques” que trabalham de costas voltadas entre si”. Sobram exemplos: desde as bilheteiras que só pertencem a certas unidades de negócios, até aos maus horários e descoordenação de correspondências entre comboios dessas “mini CP”.
Aliás, basta ver o serviço desligado dos potenciais clientes que a CP presta na linha do Oeste para demonstrar o que foi dito.
C.C.