Eurodeputada do PCP nas Caldas para conhecer as dificuldades da população

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Sandra Pereira esteve na ESAD.CR e falou com os estudantes sobre as dificuldades da habitação e do acesso à educação

Contacto com trabalhadores, estudantes e população integrado nas jornadas que estão a realizar por todo o país, desde setembro do ano passado

Violeta Gregório é do Porto e está no primeiro ano da licenciatura em Programação e Produção Cultural na ESAD.CR. Mora na residência feminina Rafael Bordalo Pinheiro, que entrará em obras em janeiro do próximo ano, e não sabe como conseguirá habitação na cidade nessa altura. “Não tenho garantia nenhuma que, em janeiro, vá arranjar uma solução que seja acessível à minha família e, como eu, há muitos estudantes nessa situação”, contou a jovem à eurodeputada do PCP, Sandra Pereira, durante a visita que fez à escola superior, a 28 de setembro.
A temática da habitação foi, de resto, transversal na visita que a eurodeputada fez a vários locais. Como resposta ao problema, o PCP defende que os bancos também têm de contribuir para pagar a taxa de juro imposta pelo Banco Central Europeu e, no mercado de arrendamento, que as rendas sejam controladas. A estas medidas têm de se juntar as de combate à especulação imobiliária e de apoio aos bens essenciais, salientou Sandra Pereira, exemplificando que o IVA zero nos bens essenciais, “não veio aliviar em nada a vida das pessoas, tratou-se de propaganda política”.
Os deputados do PCP no Parlamento Europeu, Sandra Pereira e João Pimenta Lopes, estiveram durante três dias (entre 27 e 29 de setembro) no distrito de Leiria, nas jornadas de trabalho que têm por lema “Contigo todos os dias – A tua voz no Parlamento Europeu”. Nas Caldas, para além da ESAD. CR, onde abordou a questão do acesso à educação, a eurodeputada contactou com trabalhadores da Fábrica de Faianças Rafael Bordalo Pinheiro e do Centro Comercial La Vie, com quem falou dos baixos salários, direitos laborais e o aumento do custo de vida. Na Praça da Fruta o destaque foi para a importância da produção nacional, com o PCP a defender que é necessário controlar os preços, para que “haja um tecto máximo para cada produto e ser pago um preço justo ao produtor, não ser só a distribuição a ficar com os lucros”.
“A organização local fez-nos um programa e tem sido um privilégio estar nas Caldas e conhecer também esta realidade”, comentou Sandra Pereira, acrescentando que a visita permitiu “contactar com as dificuldades, mas também reconhecer que o PCP tem resposta para as pessoas”.
Os comunistas contestam as “políticas orçamentais” do governo socialista, que vão no sentido do Estado “reduzir a sua despesa primária”, por considerem que estas levam à redução nos serviços públicos, no SNS, na Educação. “O que precisamos é mais investimento na escola pública, na saúde”, exemplificando com o elevado número de pessoas sem médico de família e o longo tempo de espera para uma consulta.
As jornadas do PCP começaram em setembro de 2022 e têm integrado dois distritos por mês, faltando apenas Castelo Branco e Guarda para fechar o ciclo. As preocupações são transversais e prendem-se, sobretudo, com o aumento do custo de vida, desinvestimento no serviço público e potencialidades que o país tem no desenvolvimento da produção nacional, concretiza. ■