Faleceu o antigo deputado por Leiria Silva Marques

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José Augusto da Silva Marques
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Faleceu no passado domingo em Lisboa, com 78 anos de idade, José Augusto da Silva Marques, que foi Governador Civil de Leiria e antes Presidente da Câmara Municipal de Porto de Mós. Posteriormente seria um dos deputados do PSD mais interventivos entre 1980 e 1999, tendo desempenhado as funções de líder parlamentar.

Antes do 25 de Abril havia militado no Partido Comunista, do qual se afastou por dissidência ainda antes da revolução de Abril, tendo vivido em Paris durante vários anos até à queda da Ditadura Portuguesa. Natural da Cruz da Légua, filho de industrial, cortou em jovem com as suas raízes familiares para se bater pelos ideais da igualdade. Preso pela PIDE no Porto conseguiu escapar-se, história que lhe dava grande gozo contar. Acrescentava que duro a seguir tinha sido a sua saída do país clandestinamente sem apoios de nenhum grupo organizado.
Conheci-o na capital francesa onde animou alguns grupos de reflexão sobre a situação portuguesa, sendo uma pessoa de grande simpatia pessoal, à qual não faltava a sua aguerrida e ácida forma de defender as suas ideias.
Recordo que o grave acidente que sofri em 1991 ocorreu quando me dirigia para a sua empresa, em Porto de Mós, onde tinha combinado concluir uma entrevista e fazer algumas fotos, pelo que me acompanhava o Valter Vinagre. A entrevista viria a ser publicada mesmo assim e versava sobre a campanha eleitoral que estava a decorrer nesse ano e em que ele encabeçava a lista de Leiria pelo PSD.
Mais tarde aceitaria participar numa mesa redonda da Gazeta das Caldas realizada na Assembleia da República com as principais figuras do distrito representadas no Parlamento na época, ou seja, ele, Alberto Costa pelo PS e Narana Coissoró pelo CDS.
Guardo dele uma imagem alegre e simpática, muitas vezes de fina ironia, que se aguçava quando tratava com a oposição e mesmo com os jovens delfins do seu partido. Era um homem duro, pelas contingências da vida.
À família enlutada Gazeta das Caldas apresenta as sentidas condolências, até pela boa relação que manteve com este jornal durante vários anos de que era leitor. JLAS

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