O presidente da Fundação Inatel, Fernando Ribeiro Mendes, esteve nas Caldas da Rainha na passada segunda-feira, 8 de Abril, para visitar o Hospital Termal e o Parque D. Carlos I, a convite do CHO e da Câmara das Caldas.
Acompanhado do vice-presidente do Inatel, José da Costa Soares, e do vogal do conselho de administração, Álvaro Sousa Carneiro, o presidente da fundação almoçou com Fernando Costa e Carlos Sá, presidente do CHO.
Este primeiro contacto com o destina-se a estudar a possibilidade desta fundação poder vir a explorar um hotel termal nos Pavilhões do Parque. Mas como a Inatel explora duas termas em Portugal (em Manteias e em Entre-os-Rios) surgiu também a ideia de vir a estabelecer uma parceria com a Câmara das Caldas. “O Inatel tem uma grande experiência em gestão hoteleira e de termas”, salientou Fernando Ribeiro Mendes.
O encontro terá sido preparado pelos responsáveis do CHO e da Direcção-Geral do Tesouro e Finanças, mas o convite para a visita às Caldas partiu do presidente da Câmara.
Segundo Fernando Ribeiro Mendes, este foi apenas um primeiro encontro “para uma troca de impressões muito inicial”. O administrador diz que o “o Hospital Termal das Caldas é “um activo, do ponto de vista económico incomparável, mas que não está a ser devidamente explorado do ponto de vista comercial”, referiu.
O responsável não escondeu que o Inatel tem alguns constrangimentos financeiros, com vários cortes nos últimos anos nas verbas atribuídas pelo Estado. Daí que uma eventual colaboração da fundação só possa ocorrer apenas depois de realizadas as obras previstas para a reabilitação do Hospital Termal e dos Pavilhões do Parque.
O presidente da Câmara vê com bons olhos que seja uma entidade como o Inatel a ser o parceiro da autarquia na gestão do Hospital Termal e do seu património, com a vantagem de esta fundação já possuir um centro de férias na Foz do Arelho.
“A Câmara sabe tapar buracos, fazer estradas e fazer obras”
Fernando Costa diz quer encontrar um parceiro para a gestão das termas caldenses. “A Câmara não tem vocação para isso, seria um erro. A Câmara sabe tapar buracos, fazer estradas e fazer obras”, disse o autarca, que entende que a exploração do Hospital Termal deve ser privada.
Por isso até admite que o Hospital Termal deixe de fazer parte do Serviço Nacional de Saúde. “Até pode haver aspectos positivos em deixar de fazer parte do SNS, para não ter estes constrangimentos que tem tido ao longo destes anos”, considera.
No entanto, defende que continue a existir uma ligação do SNS que poderá continuar “a enviar para aqui alguns doentes ou que passe a ser cliente da nova entidade”.
Para Fernando Costa, ainda não está definido nenhum modelo e todas as possibilidades estão em aberto, inclusive uma parceria com o Inatel. “O mais importante neste momento é termos um parceiro forte, com credibilidade, experiência e vontade de agarrar este projecto”, referiu.
O edil caldense está disponível para que a Câmara das Caldas invista um milhão de euros, desde que essa verba faça parte de um projecto mais amplo com apoio de fundos comunitários.
Na sua opinião, são necessários dois milhões de euros para recuperar o Hospital Termal e 10 a 15 milhões de euros para os Pavilhões do Parque.
Fernando Ribeiro Mendes considerou ser uma boa ideia fazer um hotel termal nos Pavilhões do Parque, mas deixou claro que da parte da fundação não há possibilidade de fazer investimentos avultados.
“Quando estiver ali um hotel feito, naturalmente que o Inatel terá interesse em explorá-lo, assim como muitas outras entidades”, adiantou Fernando Costa. No caso de não ser possível utilizar os Pavilhões do Parque para a área termal, o edil caldense também defende um projecto cultural, como um museu.
O Inatel tem mais de 200 mil trabalhadores associados e desenvolve uma série de programas ao nível do turismo social e sénior, para além do termalismo e outros programas culturais e desportivos.