Fernando Costa quer continuar a ser autarca, seja onde for

1
691
Fernando Costa foi convidado por Medina Carreira para o programa da TVI “Olhos nos Olhos”

O presidente da Câmara das Caldas quer continuar a ser autarca seja em que cargo for e não põe de lado a hipótese de se candidatar noutro concelho, se a lei o permitir.
“Ainda me sinto novo para me reformar, mas também me sinto velho para ir fazer outra coisa”, afirmou Fernando Costa no programa da TVI “Olhos nos Olhos”, com Judite Sousa e Medina Carreira, que foi exibido a 5 de Novembro.
Medina Carreira começou o programa com um elogio a Fernando Costa, dizendo que é o único autarca que conhece que se pronuncia com grande independência e espírito crítico. “Diz aquilo que ninguém diz”, afirmou.
O primeiro tema foi a agregação de municípios, um processo em que Medina Carreira considera que o governo deu um sinal de fraqueza por não ter avançado com a fusão de concelhos.
Fernando Costa defendeu a agregação de municípios para reduzir despesas. Embora aceite que é uma matéria muito delicada, o autarca entende que esta é uma boa altura para se reduzirem autarquias e fazer uma reforma administrativa.
Segundo o edil caldense, o funcionamento de uma câmara (incluindo o vencimento dos autarcas) e de uma assembleia municipal custa cerca de 500 mil euros por ano. “Se reunirmos três câmaras, poupamos logo um milhão de euros”, disse.
Por isso, entende que quem iria ganhar com a agregação de autarquias seriam os munícipes que pagariam menos em impostos e custos da água.
Na sua opinião, muitas empresas municipais vão ter de acabar, porque senão irão à falência. Fernando Costa acabou por comentar que existem concelhos pequenos com duas empresas municipais, sem no entanto referir que estava a falar de casos como o de Óbidos.
Em sintonia, Medina Carreira comentou que a situação actual só se mantém para que se “alimentem as clientelas”.
O presidente da Câmara das Caldas aproveitou os elogios do seu interlocutor, que o considerou como um autarca “agarrado ao dinheiro”, para dizer que não tem motorista e que a autarquia tem poucos assessores.
Perante várias críticas de Medina Carreira ao actual governo por não ter atacado determinados interesses instalados, Fernando Costa tentou defender a acção do executivo, mas sem muito empenho.

Autarca sugere corte nas transferências para os municípios

Em relação aos aumentos no Imposto Municipal de Imóveis (IMI), Fernando Costa voltou a dizer que está contra, por considerar que, em alguns casos, o aumento da verba a cobrar será muito grande.
Sobre a limitação de mandatos dos presidentes de câmara, Medina Carreira disse que pensava que os autarcas não poderiam voltar a candidatar-se também noutros concelhos.
Seria este o caso de Fernando Costa, que está impedido de se recandidatar nas Caldas, mas não esconde a hipótese de candidatar noutro concelho. No entanto, ainda não há a certeza se será possível ou não os actuais presidentes de câmara poderem candidatar-se noutros municípios.
Fernando Costa só admite candidatar-se a outra câmara se o Tribunal Constitucional se pronunciar a favor dessa possibilidade.
De qualquer forma, disse, “estou livre para ser candidato a uma junta de freguesia, a uma assembleia municipal ou a ser vereador”.
Mais polémico foi Medina Carreira, que “olhos nos olhos” perante Fernando Costa, há quase 30 anos à frente da Câmara das Caldas, afirmou que deveria existir um sistema de “limpeza” do pessoal político porque “há um parasitismo completo à volta do Estado”
Durante o programa, o edil caldense elogiou o trabalho que as autarquias fizeram pelo país. “Como estaria Portugal se não fossem as autarquias?”, questionou, admitindo que ele, como outros, também fez “algumas asneiras”.
Apesar disso, mostrou-se surpreso pelo facto de no próximo ano não irem ser feitos cortes nas transferências do Estado para as câmaras municipais, algo que considera dever ser feito tendo em conta o que se passa no país. Entusiasmado com a sua actuação, disse que preferia um corte nas transferências do que o Ministério da Saúde ir encerrar o hospital termal. Algo que, no dia seguinte, Carlos Sá, da administração do centro hospitalar, disse, à Gazeta das Caldas, desconhecer.
Já no final do programa, Fernando Costa referiu que os munícipes também são culpados pela situação de algumas câmaras porque votaram nos presidentes que “prometiam o céu e a terra”.
Na sua opinião, as pessoas devem escolher “homens experientes e sérios”, uma frase que suscitou à jornalista Judite Sousa um comentário irónico de que este estaria já em campanha eleitoral naquele programa.

Pedro Antunes
pantunes@gazetadascaldas.pt

1 COMENTÁRIO

  1. O problema do Sr.Fernando Costa nao e de se sentir novo para se reformar, se fosse este o motivo poderia exercer a advocacia…O problema e que a politica e uma forma facil de ganhar dinheiro por isso quer continuar a exercer como autarca seja onde for.Sejamos claros e objectivos…