Fórum juntou socialistas das Caldas e de Óbidos
Os socialistas de Caldas e de Óbidos juntaram-se no sábado, 26 de junho, na Expoeste, para o Fórum Intermunicipal, uma iniciativa pioneira que juntou estas duas concelhias para debater os problemas comuns e para encontrar soluções para os mesmos.
Divididos em quatro grupos de trabalho, os militantes debateram e sugeriram propostas para cada uma das áreas de intervenção que o PS considera prioritárias na região.
Em relação à Lagoa de Óbidos, uma das quatro prioridades, foi proposta a vigilância permanente através de um Observatório ou uma comissão intermunicipal, mas também a regulamentação de todas as questões relacionadas com as atividades, profissionais e lúdicas que decorrem neste local e o desenvolvimento de acessos e condições adequadas de apoio às praias. O PS sugeriu ainda a criação de um parque de merendas com churrasqueira com bar de apoio na Barrosa, na zona de Óbidos, a finalização do trilho entre o Nadadouro e a Barrosa e a manutenção e suporte do Centro de Interpretação, “clarificando os moldes em como vai funcionar e onde”.
Outro dos problemas mais graves desta região, segundo os socialistas, é a Linha do Oeste, onde, alertam, além da requalificação, é necessário acautelar questões como “a qualidade das carruagens ou a ligação a outras redes de mobilidade de âmbito regional ou local”.
A nível empresarial, o PS notou que “a heterogeneidade das empresas, tanto ao nível das atividades económicas como da sua dimensão, traz necessidades muito diversas”. Entre os principais problemas está “a dificuldade ao nível das novas tecnologias ou o envelhecimento da população e a falta de investimento na agricultura que aumenta o número de terrenos agrícolas e de habitações rurais abandonados”. Nesse sentido, propõem “a organização e promoção de formação no âmbito das novas tecnologias de acordo com as necessidades de cada município, mas também “a compilação da oferta gastronómica do território, criando uma marca representativa dos dois concelhos”. O PS salienta ainda a necessidade de “proceder ao levantamento ou atualização dos cadastros municipais que permita identificar quais as medidas de reabilitação urbana e/ou rural a implementar”.
Saúde no Oeste na ordem do dia
Ao nível da saúde, as duas concelhias defendem a criação de um Novo Hospital do Oeste, mas consideram que “deve ser garantida a resposta e qualidade dos serviços e das infraestruturas já existentes, incluindo a sua ampliação e o aumento da atratividade das condições hospitalares para contratação de especialistas, passando ainda pela reorganização do modelo de governação das atuais unidades hospitalares”.
Os socialistas salientaram ainda que neste campo “as freguesias rurais mereceram uma atenção especial, em função de diversos problemas que comprometem os cuidados de saúde em geral, por exemplo: o excesso de rotatividade e constantes ausências de enfermeiros e médicos”, mas também “a ausência de uma política de transportes para cuidados de saúde ou ainda as diversas lacunas de registos dos utentes nos sistemas de cuidados primários”. Nas conclusões do fórum consta ainda que os dois concelhos “apresentam lacunas graves no que diz respeito à falta de cuidados continuados e de cuidados paliativos neste território”.
O secretário de Estado da Saúde, António Salles, foi um dos oradores do fórum e salientou que está a ser feita a definição da tipologia da Unidade de Cuidados Intensivos, ou seja, quantas camas de cada tipo serão instaladas, entre outras questões. A resposta deverá surgir em 2022.
O governante revelou também que o Governo está a abrir concurso para psicólogos para suprimir uma lacuna relativa à saúde mental nos cuidados primários.
António Salles disse que o novo hospital no Oeste “é uma questão de tempo”, mas ressalvou que atualmente o momento é de decisões técnicas e não políticas, remetendo as respostas para o estudo que a Universidade Nova fará sobre este tema e que deverá estar concluído em nove meses.
Sobre a pandemia, o secretário de Estado revelou que a pressão sobre as UCI está nos 40 % e sobre as áreas covid em 80%. António Salles salientou ainda que nos primeiros cinco meses sente-se o regresso da atividade assistencial, com os números de consultas e de cirurgias a ficarem próximos dos de 2019. “Desde 2015 introduzimos no SNS mais 28 mil profissionais de todas as áreas. No ano passado foram 12850 profissionais”, explicou.