Goreti Ferreira denuncia “proposta desonesta” do PS de Óbidos

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A agora vereadora independente Maria Goreti Ferreira (a quem o PS retirou a confiança politica) tornou público, na Assembleia Municipal de 28 de Dezembro, a “proposta desonesta” que o partido lhe fez antes de lhe terem retirado a confiança política.
De acordo com a autarca, o presidente da concelhia socialista de Óbidos, Carlos Timóteo, informou-a da resolução do partido pelo telefone, depois de a ter convocado para uma reunião à qual não pode ir por não se encontrar na região.
E a decisão do PS era esta: “Ou lhe retiramos a confiança politica ou você demite-se, e nós não fazemos queixa à IGAL [Inspecção Geral da Administração Local] dos trabalhos a mais nas escolas. E você sai-se bem desta embrulhada toda”, contou. Maria Goreti garante que nessa altura já tinha a sua decisão tomada, mas pediu algumas horas para decidir. “Aquilo que me deixou boquiaberta foi a proposta que me fizeram”, diz, acrescentando que o que consideram “uma mancha económica para o concelho, e ilegal, passaria a ser legal e a não prejudicar o concelho desde que eu me demitisse”. Na sua opinião, “isto ou é pressão politica ou chantagem, uma das coisas tem que ser, senão as duas”.
Goreti Ferreira, que durante 14 meses foi vereadora independente eleita nas listas do PS, afirma que durante este tempo a sua postura foi a de votar favoravelmente os assuntos que têm a ver com as escolas e o sistema educacional. A também professora justificou assim a sua votação a favor sobre dos trabalhos a mais nos complexos escolares, que “são uma mais valia para o concelho”. O outro vereador do PS, José Machado, votou contra.
A agora vereadora independente diz que não está “colada” ao PSD. Adianta que o PS continua com “essa manobra politica”, mas garante que não teve nenhuma atitude do PSD nesse sentido e afirma que o que tem feito ao longo do mandato é “votar em consciência e no que acreditava ser o melhor para o concelho”.
A autarca considera que está agora mais livre para se debater pelos problemas do concelho e que o vai fazer, dando especial importância aos assuntos relacionados com a educação e a área social, pois foi eleita pelos munícipes para os representar durante esta legislatura.
“Se o PS queria uma pessoa que se moldasse, nunca me deviam ter escolhido a mim, porque tenho três defeitos muito grandes que são: eu penso, sei tomar decisões e sei o que considero melhor para o concelho”, conclui.
O presidente da concelhia socialista de Óbidos, Carlos Timóteo, diz que apenas foi proposto à vereadora demitir-se em vez de lhe ser retirada a confiança politica. Adianta ainda que a alertou sobre os problemas que poderia ter ao votar favoravelmente os trabalhos a mais nos complexos escolares, mas que não lhe foi feita nenhuma outra proposta.
Este responsável adiantou ainda que a concelhia está a analisar os documentos para depois tomar a decisão sobre se irá, ou não, fazer chegar a sua queixa à IGAL.

Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt