O impasse na situação política de São Martinho do Porto, que mantinha a Junta de Freguesia em gestão corrente porque o novo executivo ainda não tinha tomado posse, terminou a 5 de Dezembro. Pelas 21h30, cerca de meia-hora depois do início, a assembleia era encerrada com uma enorme salva de palmas do público presente.
Quando a reunião começou, Joaquim Clérigo colocou a votos o modelo de votação tendo-se obtido oito votos para o método por listas e um voto pelo método uninominal. Estava à vista que ia haver novidades. O PSD e a Força Viva chegaram a entendimento.
A questão era agora a composição do novo executivo. Joaquim Clérigo, como líder do movimento mais votado, mantém-se como presidente da Junta e apresentou uma lista única com Nuno Vieira (PSD) como secretário e Maria da Conceição Vieira Pinto (Força Viva) como vogal.
A votação foi lógica: oito a favor e um voto em branco, e repetiu-se para a assembleia, onde João Cruz (PSD) foi escolhido para presidente e Pedro Serra e Mafalda Gomes (Força Viva) para primeiro e segundo secretário, respectivamente.
Na votação da acta, Vítor Laranjeiro, do PS, absteve-se porque esta não faz referências às anteriores sessões, que, segundo ele, pertencem à primeira reunião.
ACORDO EVITA GESTÃO CORRENTE ATÉ ABRIL
Passaram mais de dois meses das eleições autárquicas de 1 de Outubro e, a 5 de Dezembro, os eleitos entenderam-se para viabilizar a formação do executivo. Desde a última assembleia, a 15 de Novembro, as cedências de parte a parte terão possibilitado o entendimento.
O PSD, que conseguiu os mesmos quatro mandatos que a Força Viva, havia rejeitado desde início, tal como o eleito do PS, as soluções apresentadas por Joaquim Clérigo nas anteriores três sessões.
A assembleia anterior havia durado quatro minutos e, na prática, tinha sido uma repetição das duas que lhe tinham antecedido, uma vez que não foi aprovado o novo executivo.
Só existiam duas soluções: o entendimento entre os dois mais votados – uma vez que Joaquim Clérigo rejeitou um acordo com o PS –, ou novas eleições seis meses após o último acto eleitoral, isto é, a partir de Abril de 2018. Até lá, a Junta ficaria em gestão corrente.
O entendimento é a decisão menos nociva para a terra e era a solução mais provável após as eleições.
Questionado pelos jornalistas, Joaquim Clérigo disse que nunca excluiu a possibilidade de um acordo com o PSD e que foi conseguido um entendimento pelo bem da freguesia.
Essa foi uma ideia que Nuno Vieira também defendeu, esclarecendo os jornalistas que “houve diálogo” e que o tempo permitiu o acordo. “Temos uma pessoa importante na assembleia, que é o presidente e temos uma pessoa no executivo”, fez notar.