Perto de uma centena de militantes e apoiantes do PSD acompanharam o líder do partido, Rui Rio, e os candidatos pelo distrito de Leiria, numa arruada pela Rua das Montras, ao final da tarde de 26 de Setembro. Antes, o líder social-democrata já tinha visitado a Frutalvor e dado uma conferência de imprensa no Hotel Sana, onde reagiu ao despacho de acusação do Ministério Público relativamente ao caso de Tancos e disse que é “pouco crível” que o primeiro ministro não soubesse desta situação.
“Se queremos um governo à maneira, Rui Rio, Rui Rio! E se queremos estabilidade financeira, Rui Rio, Rui Rio!” A popular música de Emanuel foi uma das muitas que foram adaptadas pela JSD ao panorama eleitoral e entoadas ao longo de todo o percurso pela Rua das Montras. Recebido por perto de uma centena de pessoas, o líder dos sociais-democratas seguiu pela rua ao lado dos candidatos pelo distrito de Leiria. A acompanhá-los esteve também o presidente da Câmara, Tinta Ferreira, que o foi apresentando os comerciantes e alguns transeuntes ao longo do caminho, que demorou cerca de meia hora a ser percorrido.
Antes, Rui Rio já tinha visitado a Frutalvor e, numa reunião com alguns dos associados, ficou a conhecer as suas principais preocupações. A central fruteira, situada na freguesia de Salir de Matos, integra 27 produtores dos concelhos das Caldas, Óbidos e Bombarral, que produzem uma média de 6500 toneladas tanto de pêra e maçã. Além do mercado português, a Inglaterra, Brasil, Marrocos, França e Alemanha, são os principais consumidores desta fruta. Piscam agora o olho à China e à Índia, mercados com muito potencial, mas que, pela sua dimensão, obrigam a uma maior união do sector a fim de vender em maior quantidade.
Para além das questões do associativismo e organização do sector, os produtores chamaram a atenção para a necessidade de mão de obra para a campanha da fruta e de legislação que permita, por exemplo, que os estudantes possam ter um contrato de trabalho de curta duração e que este não prejudique candidaturas a bolsas de estudo ou a futuros estágios. Os fruticultores vêem-se obrigados a recorrer a mão-de-obra estrangeira, por intermédio de empresas prestadoras de serviço, o que lhes aumenta os custos de produção.
A necessidade de água, de agilização dos processos burocráticos e da possibilidade de maior maior investimento para as organizações de produtores foram outras das reivindicações.
Aos jornalistas Rui Rio reconheceu que a agricultura tem sido, nesta campanha, o sector em que mais esteve envolvido. Considera que Portugal, durante muitos anos tem vindo a abandonar o sector agrícola, mas que há que o olhar com mais atenção. “O sector primário é muito importante da economia nacional, tem os seus problemas e irracionalidades, que é preciso corrigir”, disse, acrescentando que é preciso mais investimento neste sector.
Rui Rio não se comprometeu com quaisquer projectos para o distrito, destacando que apenas faz compromissos de ordem nacional de transversal. “São os candidatos que têm um conjunto de propostas distritais que depois as vão defender na Assembleia da República, independentemente do governo ser chefiado pelo PSD ou PS”, concluiu.