
A decisão do anterior governo de encerrar o Hospital Termal e os moldes em que este foi cedido à autarquia, não merece a concordância do candidato do PS à Câmara das Caldas. Caso seja eleito, Luís Patacho pretende renegociar com o governo os protocolos de cedência, disse na apresentação pública da sua candidatura, que decorreu na tarde de 15 de Janeiro, no Céu de Vidro.
O evento, que encheu por completo o espaço, contou com a presença da secretária-geral adjunta do partido, Ana Catarina Mendes, que juntamente com os restantes dirigentes socialistas, não poupou elogios ao advogado caldense.
Caldas da Rainha foi a primeira concelhia do distrito de Leiria a apresentar publicamente o seu candidato às próximas autárquicas.
O advogado Luís Patacho discorda da cedência do Hospital Termal e do Balneário Novo ao município e garante que se for eleito irá renegociar com o governo estes encargos “brutais” para a autarquia.
O candidato à Câmara das Caldas pelo PS defende que deve ser criado um Conselho Municipal do Termalismo, Saúde e Bem-Estar e que esta área deve estar articulada com a promoção turística, que este ano tem um orçamento de “apenas 10 mil euros”.
Outra das prioridades apresentadas pelo candidato foi o apoio à competitividade do sector empresarial e criação de um programa de incentivos ao investimento no concelho, assim como a valorização do capital humano.
As políticas sociais e do trabalho também merecem a preocupação dos socialistas, que apostam no combate à pobreza e no apoio à juventude e à terceira idade.
No que respeita à agricultura, sector que tem sido “olimpicamente esquecido pelos sucessivos executivos camarários”, Luís Patacho defende um maior apoio técnico e de planeamento da actividade e diz-se empenhado na reversão da centralização de serviços em Santarém, que antes estavam na Delegação regional de Agricultura e Pescas, nas Caldas. A reabertura do Centro Experimental da Quinta de S. João é outra das aspirações do candidato, que considera fundamental para o desenvolvimento do sector, a existência de um centro de investigação aplicada, em articulação com, pelo menos um estabelecimento de ensino superior.
Luís Patacho defendeu a articulação com os concelhos vizinhos e que as Caldas tem que definir prioridades para o seu desenvolvimento estratégico. Deixou uma série de críticas ao trabalho feito pela câmara PSD e disse que se candidata porque as Caldas precisa de uma nova liderança e porque acredita que tem um projecto que alavancará as Caldas para outro patamar.
Defendeu a necessidade de proactividade da Câmara no apoio à competitividade da economia local e à criação de incentivos à captação de investimento, da intermunicipalidade e do planeamento. O candidato socialista disse ainda que hoje exige-se que o presidente da Câmara saia do edifício dos Paços do Concelho para contactar com empresários, empreendedores, agentes do saber, ou instituições do ensino superior, promovendo o seu concelho além-fronteiras em busca de investimento e formação.
Gestão “casuística e sem visão”
“Uma nova liderança é necessária porque há muito tempo que está a mesma força partidária [PSD] e porque isso não enriquece a democracia”. Palavras da secretária-geral adjunta do PS, Ana Catarina Mendes, que veio às Caldas apoiar a candidatura de Luís Patacho, pessoa que conhece bem, desde os tempos da Juventude Socialista, e de quem destacou as qualidades.
Referindo-se ao candidato caldense, a secretária-geral adjunta, pediu-lhe que lute com todos: “com os socialistas, independentes, simpatizantes e mesmo com os amigos do CDS-PP que aqui estão para apoiar esta candidatura”. A dirigente socialista referia-se à presença de três militantes do CDS-PP caldense, entre eles a presidente da concelhia, Margarida Varela, que estiveram no evento. Em comunicado, a concelhia centrista já fez saber que esteve presente num espírito de “sã convivência democrática e de “fair play”” e que apresentará uma candidatura própria às listas para a Câmara nas próximas eleições autárquicas, não apoiando a candidatura socialista.
António Sales, presidente da Federação distrital de Leiria do PS, destacou a presença de Ana Catarina Mendes e disse tratar-se de um exemplo de como a estrutura nacional deve estar próxima das suas bases e dos seus militantes. Ao candidato, Luís Patacho, agradeceu a generosidade e sentido de missão pública por se disponibilizar “para esta missão difícil que é ser candidato à Câmara das Caldas”.
Para António Sales é agora altura de cerrar fileiras em torno do candidato socialista, que caracterizou como uma “pessoa séria, honesta, esforçada, competente e jovem, alguém que temos para o presente e de um projecto para o futuro”. O dirigente da distrital defendeu ainda que é preciso subir o grau de exigência, tendo um projecto político credível, englobando toda a gente e próximo dos cidadãos.
As qualidades do candidato foram também enaltecidas pela presidente da concelhia caldense, Sara Velez. “Um excelente quadro do PS, um competentíssimo jurista e advogado, um trabalhador incansável e com uma força interior capaz de mover céus e montanhas, um amigo também, leal e solidário”, descreveu.
Sara Velez defendeu que as Caldas precisam de uma nova liderança e de liderar, pelo que o objectivo desta candidatura é o de “construir um projecto mobilizador e devolver ao concelho a capacidade cosmopolita de outrora”. Criticou a gestão “casuística e sem visão” do PSD que governa a autarquia e destacou que o projecto de Luís Patacho representa uma “pedrada no charco” e assenta em propostas exequíveis que têm vindo a ser trabalhadas por uma equipa.
Não entendo como é que esta noticia não merece estar na primeira página!