Documento, apresentado pelo VM, refere-se a declarações sobre a localização do novo Hospital
A moção de repúdio pelas declarações do presidente do PSD, Luís Montenegro, relativamente à localização do novo Hospital do Oeste, apresentada pelo VM na Assembleia Municipal de 28 de novembro, foi chumbada pelos deputados do PSD. Contou ainda com a abstenção do PS e do MIFA.
O documento refere que o líder social-democrata, a 15 de novembro (em Torres Vedras), terá afirmado que “há uma localização que foi escolhida e é preciso andar para a frente com o projeto, executá-lo”, considerando que este foi um “claro recado interno ao PSD de que o rumo está traçado”. O VM considera que, “para além da relevância política das declarações, sobressai também a relevância política de quem as profere, o candidato a primeiro-ministro do próximo governo português”. O VM pretendeu ainda mostrar o “desagrado pelo pretendido alcance das suas palavras, que estabelecem uma inflexão de posicionamento a parte dos que têm sido solidários com as pretensões de muitos oestinos e, em particular, com os munícipes das Caldas da Rainha”.
O PSD, que ainda tentou que a moção fosse retirada, acabou por chumbá-la. Critica o que entende ser uma divisão na luta de todos os caldenses, incluindo as forças políticas. “Verificamos que o VM quis deliberadamente rasgar esse entendimento natural, querendo isolar-se, como ficou demonstrado ao não ter conseguido obter o voto favorável de nenhuma outra força política, para além do próprio VM, à moção apresentada”, refere na sua declaração de voto.
Os sociais-democratas salientam que as deliberações sobre as questões do Hospital mereceram sempre o envolvimento de todos, acusando o VM de “intransigência” ao recusar as propostas dos outros partidos para constar no texto. O PSD diz que é ainda de “estranhar” esta posição do VM, lembrando que, aquando da visita do Bastonário da Ordem dos Médicos, este proferiu “declarações idênticas às do presidente do PSD, e não houve nenhuma iniciativa por parte do VM em repudiá-las”.
Também o PS não se reviu na moção apresentada. Considera que um órgão institucional, como é o caso da Assembleia Municipal, estar a pronunciar-se sobre declarações de um “candidato a primeiro ministro, que provavelmente lhe foram passadas por um adjunto ou assessor, é dar-lhe uma importância que não merece”.
Apesar do chumbo da moção, o VM diz estar convicto da sua posição. “Seria incompreensível e imperdoável que ficássemos em silêncio perante a gravidade das declarações proferidas”, refere, acrescentando que “não se compreende é como forças políticas tradicionais, com implantação local, desvalorizam declarações políticas relevantes que afetam, com muita gravidade, interesses dos caldenses”. Realçam que não dependem de orientações partidárias, movendo-os a defesa das Caldas e seus munícipes, por isso se recusou a responder a um pedido de retirada da moção.
Num extenso comunicado, o presidente da distrital de Leiria do PSD, Hugo Oliveira, salienta que as declarações de Luís Montenegro foram retiradas do contexto. Já lhe transmitiu a “discordância e desconforto em conversa sobre o assunto” e acredita que o líder do PSD esclarecerá o assunto.
O também vereador caldense considera tratarem-se de “tentativas patéticas de criar um facto político à volta do assunto, dignas de um espetáculo de circo” e tece uma série de críticas à atuação do VM, a quem acusa de divisionismo.Também a concelhia do PSD já emitiu um comunicado onde critica a “atitude unilateral”, acusando-a de “leviandade” e de provocar “rutura” na unidade de posições políticas no concelho. “Pela primeira vez assistimos a uma tentativa de retirada de dividendos políticos relativamente a uma matéria que sempre nos uniu, o Hospital”, refere. ■