A obra de remodelação das casernas da Escola de Sargentos do Exército (ESE) para a construção de um novo edifício de alojamento para os alunos deverá estar concluída no início de Novembro. Com um custo de três milhões de euros irá criar 36 quartos com capacidade para 144 alunos.
O ministro da Defesa, Augusto Santos Silva, visitou na passada terça-feira (25 Maio) a obra cuja empreitada começou a 20 de Abril e destacou as condições que o novo edifício vai ter para os instruendos do curso de sargentos.
“É um projecto que apresenta uma solução que garante a imagem, referência e recordações que os militares têm de uma caserna”. Foi desta forma que o arquitecto da obra, o coronel Carlos Adrega, explicou ao ministro da Defesa a intervenção que está a decorrer na ESE e que preserva as camaratas que ali existiam.
Parte da caserna central é destinada ao comando do corpo de alunos e outra são espaços de apoio, nomeadamente salas de estudo, de convívio, arrecadações e uma área de lavagem de fardamento. A envolver este edifício existe a parte de alojamento de alunos, numa área total de construção de 4240 metros quadrados.
Augusto Santos Silva visitou a obra e gostou das explicações que ouviu. Considera que permitem “condições de alojamento e, sobretudo, de estudo, incomparáveis com aquelas que os actuais instruendos têm”.
O processo das obras iniciou-se em 2008 (altura em que o Presidente da República ali lançou a primeira pedra) mas o Tribunal de Contas detectou irregularidades que tiveram de ser corrigidas. “Agora tive eu o prazer de assinar o despacho que permitiu que se reiniciassem as obras, que estão a decorrer e não há nenhum problema com o Tribunal de Contas”, garantiu.
O ministro da Defesa visitou também diversos outros espaços daquela unidade, como o laboratório de línguas, sala de informática e as casernas e considera que a ESE tem as condições “necessárias” para serem realizados cursos de formação inicial de sargentos e cursos de progressão na carreira de sargentos, cuja “qualidade é reconhecida não só no país como no quadro do sistema de alianças com que nós contactamos”.
Augusto Santos Silva chamou a atenção para a centralidade da categoria dos sargentos na organização das Forças Armadas e, em particular, no Exército. “É uma categoria muito importante, constituída por gente muito valorosa, que desempenha uma função de intermediação que é essencial à operacionalidade das Forças Armadas e à cultura própria de cada ramo”, disse. O responsável destacou também a importância de investir na formação “qualificada, moderna e integral”, que permite uma melhor operacionalidade e mais segurança.
Para o ministro a qualidade do desempenho “há muito que não depende numa relação directa e proporcional do número de efectivos”, justificando assim o objectivo de reduzir gradualmente os seus efectivos até 2013. A diminuição total nos vários ramos ainda não foi quantificada mas será feita a um ritmo de 25% ao ano.
Esta medida irá permitir “uma poupança na ordem das várias dezenas de milhões de euros”, disse.
Augusto Santos Silva lembrou que em meados dos anos 70 havia em Portugal mais de 150 mil homens nas Forças Armadas, número que decresceu em inícios dos anos 90 para 80 mil homens e actualmente existem apenas cerca de 40 mil militares. Contudo, fez saber, as missões que desempenham, tanto no país como no estrangeiro, são hoje “mais eficientes e garantem uma projecção portuguesa no mundo superior à que tínhamos anteriormente”.
O governante destacou ainda a grande receptividade que a carreira militar continua a ter. “Há 155 vagas disponíveis e há neste momento em processo de selecção mais de 800 candidatos”, disse, adiantando que para muitos jovens portugueses a experiência profissional das Forças Armadas é uma boa porta de entrada no mercado de emprego e uma boa oportunidade de formação pessoal.
Na sua opinião, esta experiência profissional é uma das vias mais importantes que o país tem para “assegurar a coesão social e vias de mobilidade social, designadamente para jovens que não tiveram o favor de nascer em berço de ouro”, salientou.