Nas Caldas e em Óbidos a vitória foi da Aliança Democrática

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Eleições ficaram marcadas também por uma maior afluência às urnas
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Nos dois concelhos registou-se uma viragem à direita, seguindo a tendência nacional. AD elege cinco deputados (mais um do que em 2022), PS consegue três (perde dois) e Chega dois (ganha um)

A Aliança Democrática foi a grande vencedora das Legislativas no distrito de Leiria, conseguindo eleger cinco deputados, obtendo metade dos dez mandatos deste círculo eleitoral.
Com um total de mais de 96 mil votos, que representam a preferência de 35% dos eleitores do distrito, a AD conquistou mais um lugar do que os quatro que tinha conseguido em 2022.
O Partido Socialista ficou-se pelos 22,5% no distrito, tendo perdido mais de 22 mil votos. Tal corresponde a uma descida de mais de 13 pontos percentuais face às anteriores legislativas, que deram, a nível nacional, uma maioria absoluta ao PS.
Os socialistas perdem, desta forma, dois deputados face aos cinco eleitos por Leiria em 2022.
O Chega foi o terceiro mais votado no distrito com 19,7% (quase triplicou a sua votação), conseguindo eleger dois deputados por Leiria (um a mais do que no anterior ato eleitoral).
Portanto, se há dois anos, após as legislativas o cenário mostrava que havia cinco eleitos do PS, quatro do PSD e um do Chega, a partir de agora haverá cinco da AD, três do PS e dois do Chega.
Entre os deputados eleitos, destaque para o obidense Telmo Faria e o caldense Hugo Oliveira, que nos dois primeiros lugares da lista da AD só com um desastre eleitoral não conseguiriam os seus mandatos na Assembleia da República. Já o resultado do PS significou que a caldense Sara Velez, quinta da lista socialista, não renovou o seu mandato, sendo o último eleito pelo PS o nazareno Walter Chicharro.
A IL foi a quarta força mais votada, à frente do BE, do Livre, da CDU, do PAN e do ADN.
Com menos de 1% da preferêcia dos eleitores encontramos RIR, Nova Direita, Volt, Ergue-te e MPT.
A abstenção cifrou-se acima dos 33%, uma descida superior a 9 pontos percentuais (o mesmo que dizer que houve mais quase 38 mil pessoas a votar neste distrito).

A AD venceu nas Caldas…
Nas Caldas da Rainha, a noite eleitoral significou para o PSD o regresso às vitórias no concelho, ainda que em coligação. Os sociais-democratas vinham de derrotas nas autárquicas de 2021, então para o movimento independente Vamos Mudar, em setembro desse ano. Seguiu-se, quatro meses depois, em janeiro de 2022, nova derrota nas legislativas de 2022, dessa vez para o PS.
Agora como Aliança Democrática, Caldas da Rainha voltou a ser um bastião para o centro direita, com a coligação a ser a força mais votada.
Em conjunto, PSD, CDS e PPM obtiveram um total de 33,8% dos votos, cerca de 10 mil e vence com mais de 10 pontos percentuais de vantagem sobre o PS, que reuniu 23,4% das preferências.
A AD conseguiu cerca de 1500 votos a mais do que a combinação dos votos no PSD e no CDS nas últimas legislativas (o PPM não apresentou candidato no distrito), enquanto o PS perdeu cerca de 2100 votos.
O Chega afirmou-se como a terceira força política no concelho, com 18,9% dos votos, mais 10,9 pontos percentuais do que nas Legislativas de 2022, de 2000 para 5572 votos. Um resultado em linha com o que o partido de André Ventura conseguiu a nível nacional.
De destacar ainda nas Caldas da Rainha que a Iniciativa Liberal superou o Bloco de Esquerda como o quarto partido mais votado. Os liberais registaram 5,6% da votação, um resultado idêntico ao das Legislativas 2022, mas com mais cerca de 300 votos. Já o BE (5,4%) perdeu cerca de 200 votos. Seguiram-se o Livre (3,4%), a CDU (2,1%), o PAN (2%) e a ADN (1,4%). O RIR, a Nova Direita, o Volt, o Ergue-te e o MPT não chegaram à marca do 1% dos votos.
Houve ainda 1,8% de votos brancos e 1,2% nulos. A abstenção nas Caldas foi de 34,8%. Votaram 29.480 pessoas neste concelho, de um total de 45.184 inscritos, o que significa que foram às urnas cerca de 5000 pessoas a mais do que em 2022.
Numa análise por freguesia é possível perceber que a AD conquistou 11 das 12 Juntas ou Uniões do concelho, revertendo o cenário de vitória do PS em cinco das seis que os socialistas tinham conquistado em 2022 (na Foz do Arelho, em Salir de Matos e em A-dos-Francos, bem como nas Uniões de Freguesias de Nossa Senhora do Pópulo, Coto e São Gregório e de Tornada e Salir do Porto). Apenas na União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro o eleitorado permaneceu fiel ao PS.
O Chega foi a segunda força mais votada em quatro freguesias do concelho caldense, em todas à frente do PS e atrás da AD. Foi esse o caso em Santa Catarina, no Nadadouro, no Landal e no Carvalhal Benfeito. Nos Vidais, os dois partidos ficaram em igualdade.
Em Tornada e Salir do Porto houve uma luta renhida entre AD e PS, com vitória para a coligação de direita por apenas 29 votos (760 contra 731).

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… e também em Óbidos
Em Óbidos a vitória também foi da AD com 32,3% (2338 votos). Há dois anos tinha sido o PS o vencedor, com 2453 votos (mais de 40%), que perdeu mais de 500 votos.
A coligação entre PSD, CDS-PP e PPM venceu em cinco das sete freguesias do concelho obidense, conseguindo vencer em três onde o PS tinha vencido há dois anos (Amoreira, Santa Maria, São Pedro e Sobral da Lagoa e ainda o Olho Marinho).
As duas que escaparam ao domínio da coligação do centro direita foram, curiosamente, freguesias vizinhas, as Gaeiras, onde os socialistas venceram por apenas 13 votos com 30,6%, e em A-dos-Negros, onde a margem foi de 36 votos, com 31,8% do total.
Na Amoreira, a vitória foi também tangencial, por 21 votos, mas neste caso a favor da AD.
Tal como nas Caldas e no distrito, o Chega quase triplicou a sua votação e foi a terceira força política, mas com uma percentagem de votos mais aproximada dos 20%. O partido de André Ventura não conquistou nenhuma freguesia no concelho, mas assumiu-se como o segundo partido mais votado em três delas. O Chega foi segundo na Usseira, no Vau e no Olho Marinho, onde conseguiu votações entre 23,5 e 24,5%.
A IL confirmou também em Óbidos a ascensão a quarta força política. Os liberais ganharam perto de 1 ponto percentual no eleitorado para os 5,4%, com mais 121 votos do que nas Legislativas de 2022. A troca de posição foi igualmente com o BE, que até teve mais cinco votos do que há dois anos, mas viu a votação cair de 4,7% para 4%. Em Óbidos, o Livre não passou a CDU, mas subiu de 70 para 180 votos, ao passo que os comunistas perderam 36 votos. PAN e ADN foram os outros partidos acima de 1%.
A abstenção desceu dez pontos percentuais, o que foi uma boa notícia, cifrando-se nos 32,5% (ou seja, votaram 7233 dos 10714 inscritos), mas houve mais votos em branco e mais votos nulos. ■

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