Óbidos vai passar a cobrar um euro por dormida a cada turista

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Gazeta das Caldas - Assembleia Municipal Óbidos
O presidente da Câmara diz que “há muita determinação” em fazer cumprir o regulamento de ocupação do espaço público
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Por cada hóspede com mais de 13 anos que se instale numa unidade hoteleira em Óbidos a autarquia irá cobrar uma taxa municipal turística, no valor de um euro por dormida. O regulamento que consagra esta taxa foi aprovado na Assembleia de Municipal de 28 de Setembro com os votos do PSD e do BE (o PS absteve-se e a CDU votou contra). O documento segue agora para publicação em Diário da República, devendo entrar em funcionamento um mês depois.
Na mesma reunião foi aprovado o regulamento que vai ordenar o espaço público na vila. O documento que, segundo o presidente da Câmara, pretende tornar “a paisagem urbana limpa”, demorou três anos a ser elaborado e Humberto Marques, garante que é para “cumprir custe o que custar e doa a quem doer”.

 

O facto de Óbidos ser um dos locais mais visitados do país, com a presença anual de cerca de 1,5 milhões de turistas, implica uma sobrecarga significativa das infraestruturas públicas e na própria prestação de serviços municipais, como seja a limpeza, o reforço na segurança de pessoas e bens e a manutenção dos espaços públicos. Tendo em conta esta realidade o município obidense considera “legítimo exigir dos turistas o pagamento de uma compensação”, refere a proposta de regulamento da Taxa Municipal Turística de Óbidos, que foi aprovada por maioria, com os votos favoráveis do PSD e BE, a abstenção do PS e o voto contra da CDU.
A taxa tem por principal objectivo “amenizar o impacto social e ambiental sobre as infraestruturas do concelho deixado pelos turistas” e incide sobre as dormidas. Será aplicada a todos os hospedes, por noite, até um máximo de cinco noites consecutivas no mesmo estabelecimento.
A implementação desta nova taxa suscitou dúvidas ao deputado municipal do PS, António Marques, que perguntou se não se irão afastar turistas de Óbidos com esta medida. Apesar de lhe agradar o princípio do utilizador-pagador, o deputado referiu que a vila não oferece as melhores condições a quem a visita, sugerindo que antes fossem criadas infraestruturas, como sanitários e parques de estacionamento, e depois então se começasse a aplicar a taxa.
A sua colega de bancada, Catarina Carvalho, quis saber qual o destino da taxa, corroborando da ideia de que Óbidos é um “concelho de excelência, mas que oferece um conjunto de serviços em condições bastante duvidosas”.
De acordo com o presidente da Câmara, Humberto Marques, dados do Turismo de Portugal mostram que em Óbidos houve no ano passado 230 mil dormidas. O autarca explica que se trata de uma taxa que se repercute no consumidor final, pelo que as unidades têm autonomia para não a cobrar, assumindo elas o custo, que depois pagam à autarquia.
A taxa será utilizada para compensar os encargos que a autarquia tem com a manutenção dos espaços públicos, limpeza e animação cultural, entre outros.
Humberto Marques esclareceu ainda que Óbidos não é inovador nesta matéria, sendo várias as cidades onde já se aplica taxa turística. “Há cidades europeias onde se paga e que não dão, sequer, condições”, disse o autarca, acrescentando que com a criação da Praça da Criatividade (na entrada de Óbidos) passarão a ter condições de excelência, tanto em termos de atendimento como de equipamentos públicos, para receber os turistas.

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