Passos Coelho inicia campanha nas Caldas e “arranca” microfone das mãos de Fernando Costa

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notícias das CaldasArrancou nas Caldas da Rainha a campanha eleitoral do PSD, na manhã do passado domingo, 22 de Maio, com a presença de Passos Coelho, vários autarcas da região, deputados, dirigentes sociais-democratas, muitos militantes e simpatizantes, mas sem outras figuras nacionais do país.

A máquina laranja nas Caldas não quis deixar os seus créditos por mãos alheias e mobilizou os seus militantes para receberem Passos Coelho. De tal forma que durante meia-hora o trânsito foi interrompido na Praça da República e até a sede da Junta de Freguesia de Nossa Senhora do Pópulo, liderada por um executivo do PSD, esteve aberta nessa manhã.
Foi nas Caldas, em cima de uma carrinha pick-up, que Passos Coelho fez o primeiro discurso de campanha oficial destas eleições. Antes disso, teve que retirar das mãos de um entusiasmado Fernando Costa o microfone para poder discursar.
Cinco minutos depois de falar sem parar, Fernando Costa foi interrompido por Passos Coelho que, colocando-lhe uma das mãos sobre o ombro, retirou-lhe o microfone com a outra. “Dê cá o microfone”, disse, provocando gargalhadas e palmas da assistência. Um momento que foi televisionado nesse mesmo dia e que deverá ser replicado nos balanços da campanha eleitoral.
Mas ao contrário do que transpareceu em alguns órgãos de comunicação social nacionais, o gesto não se deveu às críticas de Fernando Costa a Paulo Portas porque nessa altura do discurso do autarca o alvo era o governo PS. As referências ao líder do CDS tinha tido lugar uns minutos antes, no início da intervenção do autarca.

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Muitos militantes, simpatizantes e jornalistas

Passos Coelho era esperado às 10h00, mas os minutos foram passando sem que houvesse sinal do líder do PSD. Só às 10h30 se juntaram à multidão os elementos da JSD que animam a campanha. Vestidos com t-shirts iguais e munidos de muitas bandeiras (uma delas gigante), os “laranjinhas” entoavam cânticos que glosam algumas músicas conhecidas. “E se o Sócrates não tem juízo, o povo é que paga”, era o mais cantado.
Com uma hora de atraso, Passos Coelho foi recebido por um banho de multidão e de jornalistas que o acompanharam através de uma breve visita pela Praça da Fruta. A alguns vendedores disse que era preciso continuar a apostar na agricultura, palavras que repetiria no seu discurso mais tarde.
Percorridos poucos metros do tabuleiro da Praça, Passos Coelho foi conduzido até uma carrinha para fazer o seu discurso, mas primeiro teve que ouvir Fernando Costa.
O também presidente da Câmara acredita que o facto de a campanha ter tido início nas Caldas é um bom prenúncio, lembrando que foi nesta cidade “que arrancou o 25 de Abril, a 16 de Março, e será daqui que arranca a maioria absoluta de Passos Coelho”.
Uma ideia que já tinha utilizado em outras campanhas, da mesma forma que voltou a ser dito que esta seria a maior enchente de sempre nas Caldas. “Nunca vi tanta gente nesta praça, nem com Cavaco Silva, nem com Mário Soares, nem em outra circunstância”, afirmou.
Para Fernando Costa, o seu líder “Passos Coelho é a esperança para a mudança”, salientando que “estamos fartos de ser enganados com as compensações do aeroporto e é preciso que quem fala cumpra”.
O candidato pelo PS no distrito de Leiria, Basílio Horta, também foi referido no discurso. “Ele não vai ser o deputado das empresas. Se continuarmos a ser governados pelos socialistas vai ser é o coveiro da economia do distrito de Leiria”, afirmou.
Tendo em conta o recurso do país à ajuda externa, Fernando Costa acha que se Rafael Bordalo Pinheiro fosse vivo “faria um grande manguito à governação socialista”, como fez na altura ao Ultimato inglês, em 1890.
O presidente da distrital do PSD foi ainda mais assertivo quando falou do CDS. “Não sei se falou no debate como líder do CDS, como Paulinho das Feiras ou como ministro da Defesa”, referiu, dizendo-se ofendido pela forma como Paulo Portas falou dos autarcas.
“Em 26 anos como presidente da Câmara, nunca fui a tribunal, nunca fui indiciado. É ofensivo chamar-nos caciques e pôr-nos atrás de clientelas”, comentou, acrescentando que “não estou em clientela nenhuma, nem da dos sobreiros, nem da dos submarinos”.
Fernando Costa voltou a assumir o compromisso de se demitir do cargo de presidente da distrital do PSD de Leiria “se não ganharmos mais um deputado”.
Já sem o microfone nas mãos, ouviu o líder do seu partido dizer que “o Dr. Fernando Costa tem sido um apoio grande, desde a primeira hora”.

Discurso pela positiva

Passos Coelho fez um discurso pela positiva, dizendo que quer ser primeiro-ministro para que Portugal possa estar na União Europeia “como um país com dignidade, que realiza o emprego para os portugueses e que constrói uma sociedade justa para todos aqueles que procuram o nosso território”.
Na sua opinião, “há muitos anos que vivemos numa sociedade em que se protegem privilégios”, em vez de se defender “que a riqueza seja melhor distribuída por todos”.
Em relação às críticas feitas por Fernando Costa ao CDS, Passos Coelho salientou que “nestas eleições só temos um adversário, aquele que trouxe Portugal para a maior recessão económica de que temos memória e para um desemprego que nos envergonha”.
Dizendo que o governo de José Sócrates “foi incompetente e incapaz”, sublinhou que o que o motiva “é dar uma esperança nova a todos os portugueses”.
Depois da Praça da Fruta, a caravana laranja seguiu para o Mercado de Santana, onde Passos Coelhos não ouviu só incentivos, mas também muitas críticas, com pessoas até a recusarem-se a cumprimentá-lo ou a insultá-lo. Um dos vendedores confundiu-o com Paulo Portas e uma comerciante disse ser militante do PSD, mas que desta vez não votaria naquele partido.
Muito afável com as pessoas, o candidato ouviu todos e não se coibiu de parar por diversas vezes para argumentar com os que mais o criticavam.
O almoço decorreu no pavilhão gimnodesportivo de Alcobaça, com a participação de cerca de mil pessoas, onde Passos Coelho voltou a dizer que se tem de apostar na agricultura e o ex-líder do PSD Luís Filipe Menezes apelou ao voto útil para uma maioria absoluta.

 

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