PCP alerta para baixos salários na Fábrica Bordallo Pinheiro

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“A maioria dos trabalhadores da Fábrica Bordallo Pinheiro ganha pouco mais do que o salário mínimo”, disse Vítor Fernandes, do PCP caldense, na sessão pública sobre Karl Marx que teve lugar a 2 de Novembro no Museu do Ciclismo e na qual esteve presente Manuel Rodrigues, director do Avante! e membro do Comité Central daquele partido.
Ambos afirmam que a luta por melhores salários e condições de vida, defendida por Marx, “continua cada vez mais actual”.

“Apesar da actualidade do pensamento de Marx, não é possível encontrá-lo nos actuais manuais escolares”, lamentou Manuel Rodrigues, estendendo esse lamento à também ausência de pensadores como Engels e Lenine nos conteúdos leccionados nas escolas.
Para o orador, no mundo actual mantém-se as principais premissas marxistas. Os trabalhadores continuam a ser explorados pelos proprietários dos meios de produção pois “recebem sempre muito menos daquilo que produzem e o restante vai sempre para o bolso do capitalista”. A precariedade laboral é um bom exemplo disso pois esses trabalhadores quase não têm direitos.
Para o comunista, o Capitalismo é um sistema que “é necessário superar para que uma nova forma de organização social possa surgir”.
O também director do Avante! diz que não se pode cessar as lutas por melhores salários e por melhores condições de vida para as populações. Quanto à publicação que dirige, diz que “está de boa saúde e recomenda-se” e que continua a defender a visão do órgão central do PCP e a luta das populações “por uma vida melhor”.
O convidado culpa ainda a política de direita dominante que tenta convencer os trabalhadores de “que sempre existiram pobres e ricos e que não há nada que se possa fazer”. Na sua opinião, para contrariar esse pensamento, “nenhuma forma deve ser desvalorizada, seja ela greves, abaixo-assinados ou manifestações”.
Manuel Rodrigues afirmou que não se pode deixar de lutar pelos interesses das comunidades locais seja o encerramento do posto dos correios, de agências bancárias, ou da falta de médicos.
O orador lamenta que Portugal “esteja de cócoras perante uma União Europeia que nos chantageia e que impõe medidas e que até nos quer acabar com o horário de Inverno!”. E acrescenta: “é uma Europa que nos faz pagar sete mil milhões de euros só de juros em vez de investir tal valor na industrialização, nas pescas, no SNS e nos serviços públicos”.

Debater e lutar pelas questões locais

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Vítor Fernandes revelou que os comunistas caldenses vão promover a 16 de Novembro uma iniciativa que se destina a debater as grandes problemáticas que atingem a região: o CHO, os centros de saúde, a Linha do Oeste, a Lagoa de Óbidos e ainda os baixos salários que os trabalhadores da Bordallo Pinheiro recebem. “É um problema que estamos a acompanhar”, disse o deputado comunista, que entende que as remunerações “são escandalosas pois a maioria dos trabalhadores ganha pouco acima do salário mínimo” e os mais antigos queixam-se de que “quem entra agora na empresa ganha praticamente o mesmo que quem está lá há dezenas de anos”. Segundo o comunista, “iremos continuar a bater-nos pela dignidade dos salários”.
Vítor Fernandes equiparou o trabalho dos operários da Bordallo ao de verdadeiros artistas que realizam obras “que são vendidas a milhares de euros”.
Outro dos temas que vai estar em discussão a 16 de Novembro e que vai contar com um deputado comunista da Assembleia da República, será o Centro Hospitalar do Oeste, dado que o hospital caldense “está em condições dramáticas pois há falta de tudo: desde o pessoal, aos equipamentos e à degradação das instalações”.

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