Comissão Municipal de Acompanhamento do Hospital S. Pedro Gonçalves Telmo, em Peniche – composta por Câmara e Assembleia Municipal – querem manter a população informada sobre o que se passa com a unidade. Para isso, promovem amanhã, dia 17 de Março, uma reunião com o tema “O futuro do nosso Hospital”.
O encontro está marcado para as 15h30 no Largo da Câmara Municipal. Nas redes sociais o presidente da Câmara de Peniche, António José Correia, salienta que “estamos num momento em que todos os que defendem o nosso hospital e a continuidade do serviço de urgência básico, 24 horas por dia, deverão comparecer”.
Esta é mais uma iniciativa de contestação à proposta de encerramento das Urgências do Hospital de Peniche, no âmbito da reorganização hospitalar que está a ser estudada pela Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo. Já no final de Fevereiro a Assembleia Municipal aprovou por unanimidade uma moção onde defende que “a defesa de boas condições de prestação de cuidados de saúde em Peniche não é um capricho de circunstância: é um imperativo que tem a ver com as condições particulares do nosso território e das pessoas que o procuram ou nele vivem”. Na missiva é ainda lembrado que já em 2007 o Governo se viu obrigado a voltar atrás com a decisão de encerrar o serviço de Urgência do Hospital.
Como argumentos para a manutenção do serviço, salienta-se que “Peniche e um dos principais portos de pesca do país” e realça-se que o mar, “enquanto contexto de risco, tem que ser considerado em qualquer mapeamento das estruturas da saúde que se leve a cabo”. A estes aspectos, acresce a forte afluência de turistas ao concelho, “que quase faz triplicar a população residente em certas alturas do ano”.
É ainda destacado “o forte pendor agrícola da zona rural do Concelho e a existência de unidades industriais com centenas de operários e operárias” e a existência da Escola Superior de Turismo e de Tecnologia do Mar, “com mais de 1300 alunos oriundos de todas as partes do país, que aqui fazem a sua vida diária, com as expetativas de qualidade que temos obrigação de lhes garantir”.
A Assembleia Municipal lembra ainda que todos estes argumentos foram anteriormente tidos em conta, tanto pelos governantes e dirigentes políticos, quer pelos responsáveis da administração hospitalar, levando à cabimentação de verbas e processos de lançamento de concurso para obras de adaptação do Hospital. Por isso, “tudo o que possa contrariar estas orientações, significa não honrar compromissos e, sobretudo, é revelador de processos menos transparentes onde a relação de confiança entre os autarcas, os munícipes e a Administração é legitimamente posta em causa”.
Joana Fialho
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