Presidente da Câmara substitui Hugo Oliveira à frente das obras de regeneração urbana

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“Tomei conta das obras e agora visito-as todos os dias” afirmou à Gazeta das Caldas o presidente da Câmara das Caldas na passada terça-feira, 31 de Julho, quando visitava a intervenção que está a ser feita na rua Dr. Leão Azedo no âmbito do projecto de Regeneração Urbana, que até agora estava sob a responsabilidade do vereador Hugo Oliveira.
“O pelouro das obras foi sempre meu. É certo que numa primeira fase das obras da Regeneração Urbana deixei isso mais para os técnicos da Câmara e do gabinete da Regeneração Urbana, mas comecei a sentir que há muita lentidão por parte do empreiteiro e começa a haver muitos atrasos”, explicou.
Segundo o autarca, há atrasos que se devem a pormenores “que não têm significado nenhum e que vou mandar eliminar”, nomeadamente a colocação de terraway, um sistema desenvolvido para a construção de pavimentos permeáveis (ao ar e água) de alta resistência.
Fernando Costa denunciou a existência de um “lobby” que “impõem aos arquitectos coisas que não têm interesse nenhum e que são caríssimas”. É devido a esses pormenores que “as obras do largo São João de Deus e da rua Sebastião de Lima não estão prontas, nem iriam estar tão depressa”.
O edil caldense revelou ainda já ter “ralhado com o meu pessoal” por não terem sido mais exigentes com os calceteiros que têm estado a trabalhar na Regeneração Urbana. “Os calceteiros trabalham ao metro quadrado e em vez de apurarem a calçada, se os deixam à rédea solta, eles, para fazerem mais metros por dia, fazem a calçada mais larga e não aparelham a pedra”, explicou.
Em comparação lembrou a qualidade do trabalho que foi feito na década de 80 na rua das Montras, por uma empresa da Serra do Montejunto. “Infelizmente, hoje em Portugal a maioria dos calceteiros são brasileiros, cabo-verdianos e outros estrangeiros, que tiveram pouca formação em calçada”, disse.
O autarca estava ainda mais agastado com os atrasos na intervenção na rua 31 de Janeiro. Depois de ter dado sucessivos prazos ao empreiteiro para terminar a obra, disse ao nosso jornal que “quinta-feira [2 de Agosto] tem que estar pronta ou aquele empreiteiro sai de lá, nem que seja ‘à bofetada’ ou ao empurrão”.

“Quanto mais chefes houver menos se faz”

Numa sessão, a convite do vereador social-democrata do Seixal Paulo Edson Cunha, que decorreu naquela cidade a 17 de Julho, o presidente da Câmara das Caldas afirmou que “quanto mais chefes houver, menos se faz”.
A afirmação consta da reportagem realizada pelo jornal local “Comércio do Seixal e Sesimbra” que salienta ainda o facto de Fernando Costa ter dito que actualmente só tem três chefes de divisão e nenhum director de Departamento.
Num evento denominado “Café com…”, que já teve como convidados António Capucho e Carmona Rodrigues, o edil caldense revelou, por outro lado, que os três aspectos essenciais para a governação de uma câmara são “uma equipa de profissionais, seriedade e relação de proximidade com as pessoas”.
Fernando Costa contou que tem uma boa relação com os presidentes de junta, inclusive os que foram eleitos por partidos da oposição. “Reúno com todos à segunda-feira e depois vamos almoçar, pagando cada um a sua despesa”, disse.
A Câmara das Caldas tem 339 funcionários e “pagamos menos por estes do que certas câmaras com menos pessoal” porque só 10% é que são técnicos superiores. Acreditando ser possível fazer obra com pouco dinheiro, garantiu que “não há lá familiares do presidente ou boys do PSD”. Na sua opinião, as autarquias têm que ser geridas como empresas “quem é preciso entra, quem não é preciso, não entra”.
Ainda segundo aquele jornal, o edil caldense tem optado por “descer o IMI, a derrama e o IVA, construo menos uma rotunda, mas não tiro o dinheiro da carteira das pessoas”.
Noutra notícia do evento, do jornal “Diário da Região”, é citada outra frase em que Fernando Costa afirma que as câmaras devem baixar os impostos municipais “a favor do bem-estar das famílias, em vez de gastarem dinheiro em obras ou fogos-de-artifício supérfulos”.
De acordo com o “Comércio do Seixal e Sesimbra”, o autarca informou que durante estes anos “a Câmara Municipal foi alvo de centenas de inspecções e de denúncias, mas até agora nunca fui a tribunal”.
Fernando Costa terá admitido ter feito “muitas asneiras, mas na sua maioria fazia tudo igual, porque é por isso que tenho vindo a ser reeleito”.
O autarca abordou ainda temas nacionais para voltar a criticar o aumento da taxa de IMI (pelo qual se tem batido). Em relação à extinção das freguesias terá afirmado que “a lei foi aprovada, temos de ir a ela, paciência”. No entanto, disse não concordar com a nova lei eleitoral, afirmando que “as câmaras não devem ser unipartidárias, porque é da discussão que nasce a obra”.
Segundo o jornal local, Paulo Edson Cunha afirmou que Fernando Costa é “um presidente com quem me identifico e com um exercício de boa governação durante estes 27 anos”. Na sua opinião, “este presidente ouve os apelos da população, o que aqui não acontece”.

Pedro Antunes
pantunes@gazetadascaldas.pt

Pedro Antunes
pantunes@gazetadascaldas.pt

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3 COMENTÁRIOS

  1. è claro que as obras que têm vindo a ser realizadas, pela sua localização, centralização e apenas á volta ou perto das empresas de estacionamento pago, são claramente para obrigar os automobilistas a ir pagar estacionamento nas empresas de estacionamento pago geridas por funcionários publicos, se fosse para interesse publico há ruas, passeios e outras obras muito mais urgentíssimas que as que estão a fazer por cerca de três milhões de euros….

  2. Acho muito bem que tome conta das obras! O seu a seu dono! Mas desta vez era importante elas serem acabadas e não ficarem como algumas coisas inacabadas que andam por ai, como aquele prédio ao lado do CCC.
    Só não acho bem que inicialmente tenha sido o Dr. Hugo a dar a cara e que agora lhe tire assim a obra.

  3. Oh Miguel, nao seja ingénuo… não percebe que o “Dr” Hugo Oliveira é um boy incapaz? Já mostrou várias vezes que é irresponsável com as tarefas que lhe são atribuídas! Se não sabe fazer, arruma para canto. Ou prefere que o dinheiro que é investido nestas obras seja a fundo perdido? Ainda correm boatos que se quer candidatar à CMunicipal… chiça penico!