A maioria social-democrata chumbou, na Assembleia Municipal de Óbidos de 29 de Fevereiro, a moção em defesa do Centro Hospitalar Oeste Norte (CHON) apresentada pelo PS.
O documento, que manifesta a preocupação com as previsíveis mudanças na rede hospitalar e as consequências para a população do concelho em termos de saúde das populações, teve sete votos favoráveis do PS e PCP, oito abstenções (PSD) e 10 votos contra (PSD).
Os proponentes da moção apelavam à união de todos os deputados municipais na defesa da manutenção das especialidades basilares do hospital que serve o concelho de Óbidos e recomendavam à Câmara que interviesse junto da Administração de Saúde e do Governo.
A deputada municipal Cristina Rodrigues (PS) lamentou a rejeição da moção por parte da maioria dos deputados e disse não compreender esta atitude. “Considero que é muito importante manter o CHON”, disse à Gazeta das Caldas, e acrescenta que os interesses da região deviam ser colocados acima dos interesses partidários.
Para o presidente da Câmara de Óbidos, Telmo Faria, uma tomada de posição da Assembleia Municipal sobre um assunto do qual apenas se debatem hipóteses parecia-lhe “precipitada”. O autarca garante ser contra a “fragilização ou qualquer medida que venha a enfraquecer os serviços de saúde do CHON” e lembra que sempre foi um defensor da construção de um hospital novo nas Caldas da Rainha.
“Acho que o nosso território só é competitivo se tivermos uma resposta de qualidade na saúde”, disse, acrescentando que as Caldas da Rainha reúne todas as condições para a centralidade dos serviços, até pelo seu historial ligado à saúde.
Telmo Faria disse ainda à Gazeta das Caldas que está disponível para apoiar o presidente da Câmara das Caldas na defesa dos serviços de saúde nesta cidade e apela aos autarcas em volta para também se unirem em torno deste propósito.
O autarca informou ainda que está previsto trabalharem este assunto no âmbito da OesteCIM e quer que estejam presentes representantes da ARS.
Nesta reunião foi também chumbada a moção apresentada pelo PCP pela manutenção do transporte de passageiros no troço da Linha do Oeste, entre as Caldas da Rainha e a Figueira da Foz. O documento, que apelava à reconsideração da decisão do governo nesta materia, teve sete votos favoráveis do PCP e PS, com nove votos contra e nove abstenções (do PSD).
O presidente da Câmara considerou a moção “inócua” e desafiou as bancadas a promover um debate ou uma Assembleia extraordinária sobre esta temática para, em conjunto, apresentarem uma alternativa à decisão do governo.
Fátima Ferreira
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