Socialistas caldenses contestam, em Leiria, decisão da localização do Hospital

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O ministro da Saúde reuniu, em Comissão Política Federativa, para falar sobre os Cuidados de Saúde no distrito de Leiria e uma comitiva do PS Caldas confrontou-o com a decisão sobre o novo Hospital

Uma dezena de militantes do PS caldense participaram na reunião de Comissão Política Federativa com ministro da Saúde sobre os Cuidados de Saúde no distrito de Leiria. No encontro, que decorreu na noite de 18 de julho, os socialistas caldenses confrontaram Manuel Pizarro sobre a localização do novo hospital para o Oeste, prevista para o Bombarral, questionando-o diretamente se já tinha visitado os terrenos, de Caldas/Óbidos e do Bombarral. Quiseram também saber se já falou, em sede de Conselho de Ministros com os ministros da Coesão Territorial, Infraestruturas e Ambiente e se, antes de tomar a decisão, falou com o primeiro-ministro, referiu o presidente da concelhia caldense, Pedro Seixas, à Gazeta das Caldas.
Os caldenses, nas seis intervenções que fizeram, salientaram que o processo “foi fraco em termos de discussão por parte dos intervenientes” e que “pairou sempre uma imprecisão sobre o avançar das decisões e que conduziu a uma decisão errada sobre a localização no novo Hospital”. Questionaram sobre a “violação” dos Planos Nacionais e Regionais do Ordenamento do Território que apontam a localização para centros urbanos de grande dimensão e realçaram que as Caldas “cumpre uma centralidade do Oeste que Torres Vedras não tem”.
“Abordámos ainda os estudos ao nível de REN e RAN para o terreno visado do Bombarral, dizendo que não cumpre com a legalidade de edificação”, acrescentou Pedro Seixas, defendendo ainda que a solução encontrada tem de dar resposta ao nível de serviços e qualidade de vida para os profissionais de saúde. Manuel Pizarro foi ainda confrontado com a tomada de decisão sobre a localização ser tomada antes do estudo sobre a rede nacional hospitalar ser conhecido e com o pedido para que reconsiderasse a tomada de decisão.
Nem todas as questões tiveram resposta, com Manuel Pizarro a justificar a tomada de decisão tendo por base os critérios do tempo e proximidade e com a centralidade do Bombarral entre os dois polos urbanos de maior dimensão (Caldas e Torres). Quanto aos planos, respondeu que “confiou nas equipas técnicas que fizeram parte do grupo de trabalho e que não houve problemas quanto ao aspecto técnico do terreno”, salienta Pedro Seixas, acrescentando que, contudo, o governante foi receptivo quanto às áreas de influência, dizendo que estas poderiam ser alteradas.
O governante justificou que a localização teve por base a aceitação do estudo da OesteCIM e a maioria da convergência dos presidentes de Câmara oestinos, acrescentando que já está em elaboração o pedido de modelo de gestão do novo equipamento.
Pedro Seixas saiu da reunião convicto de que, embora a decisão esteja tomada, esta “não está completamente fechada até pelos pressupostos que deixou cair, como as áreas de influência”. O PS/Caldas entende que o presidente da Câmara, Vítor Marques, deve pedir reuniões, com a maior brevidade, com os vários governantes e primeiro-ministro, de modo a que a decisão possa envolver todos os decisores políticos.

Carta ao ministro da Saúde
Já depois da reunião, o militante caldense Júlio Madruga, enviou uma carta ao ministro da Saúde, onde lhe pergunta se conhece o Bombarral, se sabe onde fica a Quinta do Falcão, se conhece o terreno e o seu declive, se sabe onde passa e a que distância, a linha de caminho de ferro e, por último, se admite analisar o parecer da Câmara das Caldas. Pergunta ainda se o governante admite rever a posição, caso sinta que “foi enganado” nas conclusões da comissão presidida por Ana Jorge.
Júlio Madruga propõe ao governante que analise a carta aberta escrita pelo antigo administrador do Centro Hospitalar das Caldas, Vasco Trancoso (que anexa), e fala da “ingenuidade” do atual presidente da Câmara das Caldas, que “julgava que um estudo sério resultaria em localizar essa infraestrutura entre Caldas e Óbidos”.
Na missiva fala ainda dos vários parlamentares e governantes ligados ao Bombarral, assim como da escolha da antiga ministra, Ana Jorge, para liderar o grupo de trabalho, comparando este processo a um “jogo de cartas marcadas”.
O militante socialista deixa uma crítica ao presidente da Câmara da Nazaré, e da Federação de Leiria do PS, a quem acusa de “mandar os nazarenos para Leiria” e aconselha o ministro Manuel Pizarro a explicar à população de São Martinho do Porto, Alfeizerão e Benedita, “no total de 20.000 pessoas, que no futuro vão ter de ir para Leiria”. Por fim, pede ao governante que reconsidere a sua decisão . ■

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