Doença dos Legionários em tempos de covid-19

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Patrícia Pita Ferreira
Médica Interna de Saúde Pública, Unidade de Saúde Pública Zé Povinho (ACeS Oeste Norte)

Em plena pandemia covid-19, o nosso País é confrontado com uma nova situação epidémica – um surto de Doença dos Legionários, na região de Vila do Conde.
O termo “Doença dos Legionários” refere-se à pneumonia causada pela bactéria Legionella. A doença adquire-se através da inalação de aerossóis que derivam de água contaminada. Os sintomas predominantes incluem febre, tosse e falta de ar e surgem tipicamente 2 a 10 dias depois da exposição.
Esta bactéria encontra-se principalmente em águas quentes (25-42ºC) e estagnadas. Assim, são frequentemente encontradas em equipamentos contaminados, que ao não terem uma adequada manutenção, disseminam a Legionella, como chuveiros, piscinas, fontes, sistemas de ar condicionado, sistemas de irrigação e torres de refrigeração.
Uma possível causa deste surto pode estar relacionada com os períodos de menor actividade, levando à estagnação das águas e permitindo a proliferação da Legionella. Assim, nestes tempos de “confinamentos e desconfinamentos”, não se pode descurar a correcta manutenção dos equipamentos.
Algumas estratégias chave são efectuar purgas regulares ao sistema de água; manter o nível de cloro adequado; verificar o estado de limpeza e corrosão dos materiais; ou evitar temperaturas entre 20 e os 50ºC nas redes prediais de água. Rotineiramente, também devem ser efectuados procedimentos de desinfecção, que incluem o choque térmico (aumento da temperatura dos reservatórios de água quente para >70ºC durante 2 horas) ou a desinfecção química (adição de lixívia nos reservatórios de água fria até se alcançar um valor de cloro adequado).

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