Zé Povinho regozija-se com o facto de o Cortejo de Oferendas da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários das Caldas da Rainha ter atingido um valor recorde, o que demonstra que a população e as freguesias do concelho percebem e valorizam o papel dos soldados da paz. Em ano de pandemia, e com todas as restrições impostas pelas razões por demais conhecidas, poderia esperar-se que aquela iniciativa solidária não tivesse tanto sucesso. Contudo, os caldenses, e as instituições locais, disseram presente neste momento particularmente adverso e deram, formalmente, um impulso para que a atividade da corporação se possa manter como até aqui, sempre ao serviço das populações.
Caldas, cidade criativa da Unesco, cidade termal, cidade comercial, cidade turística, cidade europeia, cidade o que quer que seja, não se pode compadecer com o desleixo, o abandono, a degradação do território. Há demasiados anos que a cidade se debate com o abandono de edifícios, nomeadamente na zona histórica, onde ainda nem sequer há plano de pormenor. Uma vez mais, a autarquia majorou o IMI em 10% para incentivar a reabilitação, mas estas medidas pouco mexem com a inércia e não são penalizadoras suficientes no bolso dos proprietários (até sociedades imobiliárias). E invoca a falta de pessoal para atualizar a lista dos degradados… De que vale a pena ter a menor dívida se, em contrapartida, o património continua degradado. Não pode o Dr. Tinta Ferreira, presidente da Câmara das Caldas, continuar a pactuar com esta situação, sabendo que inclusive há fundos públicos para ajudar a resolver este problema. O que falta é vontade e tenacidade para o fazer de forma consequente.