Investir em hotelaria e em alojamento local é moda que ainda não chegou com força às Caldas da Rainha, apesar de estar a ser a grande tendência nos principais centros turísticos nacionais, como Lisboa, Porto e Algarve.
Vai longe o tempo em que o termalismo fazia afluir centenas de pessoas que se alojavam em hotéis e pensões das Caldas da Rainha, bem como nas residências particulares, e que davam grande animação à urbe.
Mesmo assim, nos últimos anos e antes da anunciada e prometida (diversas vezes) abertura das termas caldenses, têm aberto alguns espaços de hotelaria, nomeadamente o Sana com quatro estrelas, e já se encontram a funcionar alguns alojamentos locais, que são a nova fórmula do que era antes o aluguer particular de quartos. Algumas das instalações hoteleiras existentes há mais anos têm sido recuperadas, havendo outros casos que mantêm o aspecto que tinha no século passado.
É, pois, muito salutar que um jovem casal, com origem na cidade, tenha adquirido um edifício emblemático, com uma fachada de azulejos de referência, e tenha feito a sua reconstrução, dando-lhe uma marca e imagem relacionada com a tradição caldense da cerâmica.
Para acrescentar valor ao seu propósito convidaram vários ceramistas locais para cada um decorar um dos quartos, dando-lhe um carácter pessoal muito próprio, numa lógica de afirmação do edifício no seu conjunto, que tenha um reconhecimento identitário.
O 19Tile instalado num edifício do século XIX, é propriedade do casal Pedro Felner e Maryna Dias Felner, que teve a excelente ideia de investir na cidade num empreendimento que pode lançar uma tendência para aproveitar mais edifícios de referência das Caldas e dar-lhes um finalidade criativa e empresarial.
Estão, pois, ambos de parabéns e Zé Povinho lança o desafio a novos investidores para criarem na cidade mais iniciativas que liguem turismo à tradição genética da cidade, ligada à cerâmica, para fazer a osmose perfeita com as termas e reforçar a sua atratividade.
A Dra. Assunção Cristas esteve nas Caldas da Rainha na passada terça-feira para apanhar o comboio para Coimbra numa acção de protesto contra o mau funcionamento da linha do Oeste.
Já em 2011, aquando da campanha eleitoral que a haveria de catapultar para ministra do governo PSD/CDS-PP, a então deputada (do distrito de Leiria) também viajara entre Leiria e Caldas da Rainha numa idêntica acção de denúncia pela falta de modernização da linha do Oeste.
Acontece que uma das primeiras medidas do seu governo, em 2011, foi logo a do encerramento da linha do Oeste a norte das Caldas da Rainha. Um encerramento que só não aconteceu porque houve protestos que tal impediram.
O governo de má memória de que a Dra. Cristas fez parte ficou conhecido pelos cortes (também na ferrovia), pela perda de rendimentos e pelo discurso austeritário e castigador dos portugueses que viviam acima das suas possibilidades.
E a linha do Oeste lá continuou a definhar.
Agora, é certo que este governo da geringonça já não pode desculpar-se com o governo anterior. Teve tempo suficiente para inverter a situação, mas preferiu continuar a deixar morrer a linha do Oeste, apesar de ter um discurso contrário e de se repetir nas promessas de uma modernização que não acontece.
Mas isso não dá ao CDS/PP nem à Dra. Assunção Cristas o direito à hipocrisia, nem de achar que o povo não tem memória.
No fim de contas a linha do Oeste tem sido utilizada como um palco onde os políticos periodicamente vêm actuar sem que, depois, haja quaisquer consequências.
Zé Povinho lamenta a falta de coerência da Dra. Cristas, que assim não está a dar um bom exemplo como líder de um partido político.