“Fizemos um salvamento em que o bom trabalho de equipa salvou uma vida”

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Nem as nuvens e os dias frios – que os tem havido neste Verão – afastam os mais pequenos que enchem a praia da Lagoa da Foz do Arelho em grupos organizados logo pela manhã.
Pelas 10h00 e com a chegada das inúmeras camionetas que transportam as crianças começa também o trabalho do nadador-salvador da Lagoa, Henrique Dias, que diariamente ali vigia os banhistas.

GAZETA DAS CALDAS – Há quanto tempo começou a trabalhar como nadador-salvador?
HENRIQUE DIAS – Há dois anos comecei a trabalhar na Lagoa como vigia e no ano seguinte decidi tornar-me nadador-salvador.

G.C. – Porque é que tomou essa decisão?
H.D. – É um trabalho que junta o útil ao agradável pois passo o tempo todo na praia e auxilio as pessoas sempre que necessário. Sempre gostei muito do mar, porque sou natural e resido na Foz do Arelho, daí que tenha pensado que tornar-me num nadador-salvador seria uma boa experiência.

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G.C. – Como é o seu dia na praia?
H.D. – Entro todos os dias ao serviço às 10h00 e saio às 20h00. Algumas vezes fora do horário de trabalho ajudo na montagem das barracas. De resto vigio e socorro os banhistas sempre que preciso.

G.C. – E não tem folgas?
H.D. – Só se precisar de tratar de algum assunto urgente e inadiável.

G.C. – Como é que se tornou nadador-salvador?
H.D. – Fiz um curso nas piscinas municipais das Caldas da Rainha, que é constituído por uma componente teórica, onde os formados aprendem a efectuar, por exemplo, o suporte básico de vida e métodos de salvamento e uma componente prática, onde praticamos vários tipos de reboque, utilizamos vários meios de salvamento, tais como prancha, cintos ou bóias torpedo.

G.C. – Tem alguma história que o tenha marcado enquanto nadador-salvador?
H.D. – No ano passado ocorreu um afogamento na lagoa de uma senhora na faixa-etária dos 60 anos que tomava banho numa zona perigosa, não vigiada, e com correntes fortes. Eu e o meu colega Nuno Viana tivemos de nos deslocar a essa zona para efectuar o salvamento. Quando lá chegámos já a senhora estava inconsciente dentro de água. Enquanto eu rebocava a vítima para terra o meu colega tratou de preparar o terreno e o equipamento necessário para de seguida lhe efectuar o suporte básico de vida. Foi um salvamento em que o bom trabalho de equipa salvou uma vida.

G.C. – Quais são as precauções que os banhistas devem ter?
H.D. – Relembro que devem evitar a exposição prolongada ao sol nas horas de maior calor. Não irem para a água se ainda estiverem a fazer a digestão e devem ter cuidado com as entradas bruscas na água principalmente se estiveram durante muito tempo expostos ao sol. Para além disso, devem respeitar sempre as sinalizações de perigo e as indicações dadas pelos nadadores salvadores e pelos marinheiros que patrulham a praia, para que se reduza ao máximo o número de acidentes.

G.C. – Quais são os seus projectos para depois do final da época balnear?
H.D. – Candidatei-me ao curso de Ciências do Desporto na Faculdade de Motricidade Humana, em Lisboa e espero entrar.

G.C. – E para o ano quer voltar a trabalhar como nadador-salvador?
H.D. – Se tiver disponibilidade espero voltar a fazer serviço aqui na Foz ou noutra praia qualquer.

Ana Elisa Sousa
asousa@gazetadascaldas.pt

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