
A Residência de Estudantes “Rafael Bordalo Pinheiro”, nas Caldas, será a primeira empreitada de um conjunto de intervenções que, no total, representa um investimento acima de 25 milhões e permitirá a existência de 1.194 camas para os alunos do IPL
Foi assinada a 16 de maio a consignação da empreitada de reabilitação da residência de estudantes “Rafael Bordalo Pinheiro”, com um prazo de seis meses e que permitirá aumentar a oferta de camas, das atuais 104 para 117. Trata-se de um investimento de cerca de 1,3 milhões de euros, financiado pelo PRR, no âmbito do Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior (PNAES).
A intervenção permitirá uma “recuperação do edifício, melhorando o conforto e eficiência energética dos seus sistemas, assim como uma readaptação dos espaços e uma otimização do seu funcionamento”, explicou Carlos Rabadão, presidente do Instituto Politécnico de Leiria (IPL), acrescentando que a instituição obteve nove candidaturas aprovadas no âmbito do PRR. Destas, cinco são para adaptação, aquisição e renovação de residências e quatro para construção de novas residências. O antigo Convento de Santo Estevão, em Leiria, será adaptado para residência de estudantes e serão feitas sete renovações em quatro residências em Leiria, duas nas Caldas da Rainha e uma em Peniche. Os novos edifícios serão construídos em Leiria, Caldas da Rainha, Peniche e Pombal. “Estes projetos irão resultar na adjudicação de nove empreitadas de renovação, reabilitação e construção de residências, que contemplam 13 edifícios, as quais serão lançadas ao longo do presente ano de 2024, e no início de 2025”, concretizou o responsável.

A residência “Mestre António Duarte”, que será reabilitada no início do próximo ano (após a entrada em funcionamento da residência Rafael Bordalo Pinheiro) terá uma capacidade para 104 camas. Também em 2025 avançará a construção da nova residência de estudantes, também no Avenal, com uma capacidade para 68 camas. “É expectável que, até ao final do ano ou no primeiro semestre de 2026, a nova residência de estudantes já esteja operacional”, explicou Carlos Rabadão à Gazeta das Caldas.
De recordar que em finais de novembro do ano passado os estudantes protestaram contra o encerramento na residência, a meio do ano letivo, e a falta de apoio para alojamento. De acordo com o presidente do IPL, alguns dos alunos foram deslocados para a outra residência existente na cidade e outros passaram a receber o complemento ao alojamento, de cerca de 260 euros, para ajudar no pagamento do quarto.
Mais 663 camas
No final das intervenções, os estudantes desta instituição de ensino superior passarão a dispor de 1.194 camas, mais 491 a somar às atuais 703. Mas o Politécnico de Leiria é ainda copromotor de mais três residências de estudantes, em colaboração com os municípios de Batalha, Marinha Grande e Torres Vedras, o que aumentará para 1.366 as camas a disponibilizar aos estudantes da instituição (mais 663 camas que as disponíveis atualmente).
Esta instituição também já entrou em contacto com a Câmara das Caldas na tentativa de obter alojamento adicional, para o próximo ano letivo, no âmbito de um programa apoiado pelo Estado.
Carlos Rabadão acredita que, com o aumento do alojamento disponível, será possível minimizar os custos diretos dos estudantes e das suas famílias, com especial ênfase para os estudantes em situação de vulnerabilidade social e económica”.
O cumprimento dos prazos na obra “é crucial” para João Pedro Silva, pró-presidente para as Infraestruturas e Sustentabilidade Ambiental do Politécnico de Leiria, acrescentando que também os custos não podem resvalar. Da parte da empresa “Miraterra – Obras Públicas, Lda”, houve o reconhecimento de se tratar de um prazo curto. No entanto, “se a obra for bem organizada e cooperarmos, no Natal estaremos muito próximos do seu final”, disse Paulo Virtudes.
Câmara cedeu os terrenos
A vereadora da Educação, Conceição Henriques, lembrou que o município caldense apoiou, desde a primeira hora, o IPL na construção das diversas residências, com a cedência dos terrenos. Destacou a importância que o apoio social assume no ensino superior e reconheceu que esta reabilitação, além de permitir boas condições para a permanência dos estudantes, também é benéfica para a cidade.
Referindo-se à ESAD.CR, Conceição Henriques falou do “valor acrescentado” que traz às Caldas, não só ao nível do desenvolvimento do território, mas também identitário e de vivência cultural. ■