2.625 presos políticos passaram pelo Forte de Peniche

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Sessão incluiu canções de Abril interpretadas pelo maestro Carlos Alves
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Investigações desenvolvidas pela URAP apuraram mais 115 pessoas que estiveram presas na cadeia do Estado Novo

O livro ‘Forte de Peniche – Memória, Resistência e Luta’, editado pela URAP – União de Resistentes Antifascistas Portugueses e que vai já na quinta edição e com 11 mil exemplares impressos, foi o tema central de uma sessão que decorreu nas instalações da Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar de Peniche, no passado dia 25 de janeiro, integrando o programa comemorativo deste estabelecimento de ensino público dos 50 anos do 25 de abril. A obra relata ao longo de 339 páginas, o período em que ali funcionou a cadeia política do Estado Novo e ainda os anos que se seguiram e que culminou com a instalação do Museu Nacional Resistência e Liberdade pelo Governo.
Destaca-se nesta obra a lista integral dos 2.510 presos políticos que cumpriram penas entre 1934 e 1974 no Forte de Peniche, dos quais 82 naturais dos 12 concelhos do Oeste. Contudo, segundo revelou João Neves, do conselho diretivo da URAP, investigações entretanto realizadas permitiram concluir que houve mais 115 pessoas que cumpriram pena na prisão penichense, elevando para 2.625 detidos. Desta forma, o mural com o nome de todos os presos políticos que foi inaugurado no espaço da fortaleza em 25 de abril de 2019, “terá de ser acrescentado com os novos nomes.
A URAP está preocupada com o futuro da sociedade portuguesa e tem vindo a promover um trabalho virado para as escolas. “Mais de metade da população portuguesa já nasceu depois do 25 de abril de 1974 e não soube o que era a ditadura”, frisou João Neves, pelo que “a liberdade e a democracia só é possível de existir no nosso país se os jovens de hoje agarrarem a bandeira da defesa da liberdade e da democracia”.
Nesta sessão, o diretor da ESTM, Sérgio Leandro, destacou que “é importante fazer esta abertura à comunidade e trabalhar temas que fazem sentido no território desta região”. Aida Rechena, diretora do Museu Nacional Resistência e Liberdade, frisou que esta estrutura pública, uma das 15 do país, “é provavelmente o único museu nacional que nasce de uma reivindicação popular”. As obras da segunda fase deste espaço estão em curso e serão inauguradas a 25 de Abril, meio século depois das libertação dos últimos presos. ■
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