As empresas concorrem a prémios de prestígio, provavelmente não para aumentar de imediato os seus negócios, mas sim para melhorarem a sua imagem, e depois, por via indirecta, para captarem mais clientes.
Daí que cada vez mais as empresas modernas se proponham a distinções de todo o género, sendo as mais consideradas as que tem componentes importantes de inovação, criatividade e de responsabilidade social, que enobrecem os seus responsáveis e trabalhadores, muitas vezes com maior importância do que os lucros imediatos.
Recentemente três empresas ligadas ao Parque Tecnológico de Óbidos – Almadesign, Janela Digital e WIZ Interactive – foram premiadas respectivamente com o prémio internacional Crystal Cabin Award, na categoria “Visionary Concepts”, o prémio eCommerce C2C – Navegantes XXI e o Prémio Criatividade da Meios e Publicidade, com um projecto de responsabilidade social.
Zé Povinho sabe que é principalmente num ambiente criativo e inovador, em que sejam fomentadas preocupações adequadas à partilha e cooperação entre parceiros empresariais e institucionais, que se geram condições para concorrer a estas distinções.
Apesar de estar a dar com dificuldade os primeiros passos, o Parque Tecnológico de Óbidos reúne condições e vontades que poderão ajudar a captar mais empresas e projectos, servindo estes prémios também como chamariz para o trabalho de qualidade que está ali a ser realizado.
Por todas estas razões, Zé Povinho saúda de igual modo as empresas Almadesign, Janela Digital e WIZ Interactive, como o próprio Parque Tecnológico de Óbidos, por estes êxitos que não chegam ainda para dar sustentabilidade e força para um crescimento maior nos anos vindouros. Parar nesta luta é desistir e na actual conjuntura essa atitude seria o pior sinal para eventuais candidatos a instalar-se naquele Parque.
O senhor ministro das Finanças, que foi antes alto quadro do Banco Central Europeu e também do Banco de Portugal, que desempenhava no actual governo o papel do durão, foi surpreendido pelas declarações do senhor Primeiro Ministro que anunciava o adiamento do pagamento dos subsídios de Natal e de Férias para os funcionários públicos e pensionistas para depois de 2014.
Aquele que parecia o grande executor do programa determinado pela troika para Portugal, e de quem se esperava sempre a palavra mais dura, ficou embasbacado quando teve de “reconhecer” que cometera um “lapso” ao anunciar a retoma dos benefícios ao fim de dois anos de programa de intervenção, como todos os portuguesas haviam entendido.
O Prof. Vitor Gaspar não se vai safar da responsabilidade que lhe vai ser assacada daqui a alguns anos por ter sido o responsável da política de restrições e de cortes mais dolorosa que Portugal algum dia conheceu, mas ao mesmo tempo vai ter de ouvir as críticas dos putativos comentadores, mesmo de dentro do seu partido, pelo exagero e irracionalidade das medidas tomadas.
Nessa altura da necessária inversão de política, o primeiro-ministro, Passos Coelho vai tentar recolher os louros, se é que não tentará antes desfazer-se de Vítor Gaspar. A não ser que ambos sejam apanhados pela criação de um governo de salvação nacional como se passou na Grécia e em Itália.
Zé Povinho tem pena de Vítor Gaspar neste momento, que foi obrigado a desdizer-se porque o seu chefe quis outra vez ser mais papista que o Papa. Mas provavelmente terão todos que arrepiar caminho se as taxas de desemprego continuarem a crescer de forma descontrolada. No meio disto, quem paga mais as favas é o zé mexilhão, ou seja, a maioria dos concidadãos do próprio zé Povinho.