A semana do Zé Povinho

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Zé Povinho acha que apesar da crise económica que grassa no país, a inércia e a inacção serão causas acrescidas para agravar a situação e não permitir um vislumbre de recuperação.
A reflexão anterior decorre da interrupção da realização nas Caldas da Rainha, por ocasião das Festas da Cidade, da já tradicional Feira Oeste Lusitano, que se fosse ainda melhor promovido, poderia atrair milhares de pessoas, a exemplo do que se passa na Golegã, nas Festas do Cavalo, que se realizam pelo S. Martinho em Novembro de cada ano.
Zé Povinho sabe que é difícil a quem começa conquistar logo um público vasto, mas as edições da Feira Oeste Lusitano de 2010 e 2011 mostraram que a iniciativa tinha potencial para trazer gente às Caldas da Rainha e que, com mais promoção, poderiam vir mais participantes e público.
O cavalo é um animal muito belo e que cativa adultos e crianças, sendo um chamariz em qualquer iniciativa. E ter o parque como cenário, junta dois atractivos que não deixam qualquer pessoa insensível.
Perante as recusas de apoios (necessários enquanto o evento não se torna auto-sustentado), a Associação do Cavalo Puro Sangue Lusitano do Oeste (ACPSLO), tomou  a iniciativa de realizar um desfile pela cidade, com charretes e 80 cavalos montados por outros tantos cavaleiros da região, que assim demonstraram o seu apego ao desporto equestre e a esta actividade, que em qualquer parte do mundo tem uma dinâmica importante.
É evidente que o destino e epílogo da iniciativa deste ano foi para Óbidos, sempre atenta às oportunidades e que permitiu a realização de um espectáculo de equitação para as crianças.
Zé Povinho não quer deixar de destacar a iniciativa e empenho da Associação do Cavalo Puro Sangue Lusitano do Oeste (ACPSLO), que demonstra não desistir perante a passividade de alguns responsáveis.

Zé Povinho soube com tristeza que o secretário de Estado Adjunto do ministro da Saúde, Fernando Leal da Costa, veio às Caldas da Rainha no 15 de Maio e, em frente ao próprio Hospital Termal, pareceu não ficar incomodado com a possibilidade deste poder vir a sair do Serviço de Nacional de Saúde (SNS) e ser entregue à exploração de privados.
A hipótese não é nova, mas ouvir isso da voz de um alto responsável da tutela, ainda para mais no dia em que se celebra a Rainha D. Leonor, deixa sérias preocupações, uma vez que denota uma insensibilidade total em relação ao legado da Fundadora.
O facto de o próprio presidente da Câmara das Caldas, Dr. Fernando Costa, ter dado a entender que também não se opunha frontalmente a essa hipótese, deixa Zé Povinho com muitas dúvidas sobre o que se está a tramar e sobre as concessões que tem de dar ao governo.
É que o autarca caldense fez em Fevereiro numa emocionada conferência de imprensa, onde disse ser “inegociável” a cedência do Hospital Termal a privados e exigiu a sua manutenção no Serviço Nacional de Saúde.
Zé Povinho vê com preocupação a possibilidade de serem tomadas decisões com uma forte carga ideológica, que vão pôr em causa o Compromisso da Rainha, do qual se celebra em 2012 os seus 500 anos e teme que o presidente da Câmara em funções e a dar as despedidas em 2013, esteja mais preocupado no que o espera a seguir.
Mas o secretário de Estado, que também é homónimo do autarca, não pode merecer a Zé Povinho qualquer ponta de simpatia, pois pode estar a lançar a primeira pedra para a destruição das termas das Caldas da Rainha.