Peça que procura combater o estigma é exemplo quando se assinala o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência.
“Ulisses ou eu também sou capaz de TransformARTE, Ilha minha” é uma peça de teatro desenvolvida por beneficiários do Fórum Sócio-Ocupacional do Centro de Educação Especial Rainha D. Leonor (CEERDL). Sob direção artística de Inês Fouto e com a colaboração de uma vasta equipa disciplinar, TransformARTE tem como objetivo “estimular a transformação na pessoa com experiência de doença mental, a partir do teatro, enquanto potencial terapêutico e criativo”, explica a direção do CEERDL. De igual modo, procura contribuir para desmistificar o estigma face à doença mental em geral, mas igualmente, sensibilizando para a diferença, independentemente da sua condição.
“TransformARTE pretende demonstrar que a arte tem o poder de transformar”, salienta a instituição caldense, especificando que, partindo da experiência individual, nas suas inúmeras formas de expressão (e não do diagnóstico clínico), dão voz à capacidade criativa e artística de pessoas que vivem a experiência de uma qualquer perturbação. Depois, usando o teatro como ferramenta, conduzem-nos “à sua relação com o mundo, à sua mundivisão, num itinerário único mas vivido coletivamente e, portanto, transformador de cada um e de nós todos”, concretizam.
A peça estreou a 30 junho no pequeno auditório do CCC para utentes da Universidade Sénior e alunos da ETEO. Dado o impacto positivo deste projeto, a autarquia convidou o grupo a marcar presença, a 11 de outubro, nas atividades do Dia Mundial da Saúde Mental.
Numa ação dirigida ao público escolar do secundário, procuraram “trazer à luz a importância deste assunto no seio da comunidade e reconhecendo e valorizando as capacidades destas pessoas”, explica o CEERDL.
O grupo voltaria a pisar o palco do CCC, ainda em outubro, no âmbito do “Youth Summit”, e, mais recentemente, a 24 de novembro, a convite da mãe de uma cliente do Fórum Sócio-Ocupacional, o Ulisses esteve no Teatro Eduardo Brazão. Em todas estas apresentações foram apoiados pelas instituições locais.
A concretização desta peça contou apoio do Instituto de Reabilitação Nacional e da autarquia caldense e é uma parceria com a ETEO e a Sociedade de Instrução e Recreio Pimpões.