Os autarcas de Alcobaça e das Caldas da Rainha não têm a mesma visão sobre a importância da EN360. O primeiro prefere aproximar a Benedita da sede do concelho e o segundo diz que é prioritário uma nova estrada entre aquela vila e as Caldas, mas que não tem dinheiro para a construir.
Questionado pela Gazeta das Caldas o presidente da Câmara de Alcobaça, Paulo Inácio, disse que há interesse da autarquia em melhorar o traçado da EN360, que liga a Benedita e às Caldas da Rainha, mas acrescentou que a prioridade é a EN8-6, entre Alcobaça e a Benedita.
O autarca começou por dizer que “tudo o que pudermos melhorar em termos rodoviários é interessante e é um dever dos municípios”. No entanto, reconhece que a prioridade estratégica é a ligação entre Alcobaça e a Benedita. Para a requalificação dessa via, a EN8-6, que é responsabilidade da Infraestruturas de Portugal (IP), já existe verba consignada, na ordem dos três milhões de euros, informou Paulo Inácio.
O autarca acrescentou que “faz todo o sentido a ligação do IC2 à A8 e melhorar a ligação quer de Santa Catarina quer da Benedita às Caldas da Rainha, e nós não estamos fora desse objectivo”. Contudo, tendo em conta que a EN360 não está sob tutela da IP, Paulo Inácio refere que os dois municípios por onde o traçado passa vão ter que conversar, acrescentando que as boas relações entre as duas instituições e os seus presidentes podem facilitar um entendimento.
ESTRADA NOVA CUSTA 20 MILHÕES DE EUROS
Tinta Ferreira já tinha falado sobre este assunto na Assembleia Municipal de 24 de Abril em resposta às questões do deputado do PCP, Vítor Fernandes, reconhecendo que a autarquia não tem verbas disponíveis para fazer uma nova estrada ou uma intervenção profunda na EN360.
Novamente questionado pela Gazeta das Caldas o edil reforçou esta ideia, mas acrescentou que os serviços municipais já realizaram um estudo preliminar para um possível novo traçado entre as Caldas e Santa Catarina. Este faria um arco a norte de Salir de Matos e Carvalhal Benfeito.
No entanto, esse novo traçado nunca custaria aos cofres do município menos de 20 milhões de euros, o que implicaria abdicar de praticamente todo o investimento durante um mandato inteiro, tendo em conta que não existem fundos comunitários para construção de novas estradas no quadro para 2020. Será, por isso, necessário aguardar que o próximo quadro comunitário contemple este tipo de infra-estrutura, o que também não é certo.
Tinta Ferreira reforçou que a autarquia faz um esforço anual na ordem dos 100 mil euros na manutenção das condições de circulação na EN360.