Alice Vieira assinala 45 anos de obra literária

0
350
Alice Vieira fez uma visita guiada pela mostra que faz uma viagem pela sua vida

Em 1979 Alice Vieira publicou o seu primeiro livro, o romance juvenil Rosa Minha Irmã Rosa, que nesse mesmo ano venceria o Prémio de Literatura do Ano Internacional da Criança. Desde então já publicou uma centena de livros e, aos 81 anos inaugurou, em Óbidos, a exposição Retratos Contados (comissariada por Nelson Mateus), que faz um percurso pelos seus 45 anos de obra literária. Na cerimónia, Alice Vieira assumiu-se como jornalista, o que se nota na sua escrita. “No jornalismo fazemos frases curtas, usamos poucos adjetivos”, disse a autora que escreve de forma “egoísta”. “Os livros que escrevo são para mim, pelo que podem ser lidos para qualquer pessoa”, contou.
Perante uma plateia repleta de estudantes, a poetisa e escritora partilhou que gosta muito de ir às escolas e contactar com os jovens, perceber como falam, lembrando que mantém correspondência com muitos dos alunos que foi conhecendo ao longo do seu percurso.

A ligação às Caldas
Alice Vieira, então jornalista e crítica do Diário Popular, participou, juntamente com Correia da Fonseca (República), Francisco Mata (O Século) e Mário Castrim (Diário de Lisboa), na iniciativa Conversas sobre…Televisão, promovida pelo Conjunto Cénico Caldense (CCC), a 15 de abril de 1972. 52 anos depois, recordou à Gazeta das Caldas, que “ia muito às Caldas” e que se recorda de ter participado neste debate, com todos aqueles intervenientes. “Não sei porque nos convidaram a todos, mas eu passava lá [nas Caldas da Rainha] muito tempo. Era muito raro irmos todos, pelo que lembro-me muito bem de nos terem convidado”, salientou. A escritora lembra que na década de 70, do século passado, “quase todas as terras tinham um clube cénico e nós conhecíamo-los quase todos, de ir lá falar”.
Alice Viera tinha amigos na cidade, que costumava visitar. “Ainda hoje gosto muito das Caldas mas fica um “bocadito” longe de onde vivo, na Ericeira”, recordou, no dia em que inaugurou, em Óbidos, a exposição comemorativa dos 45 anos da sua obra literária. ■