Alunos e professores da Alemanha, Finlândia e Letónia recebidos pela Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro

A escola caldense recebeu  39 alunos e 10 professores das escolas Clemens Brentano Europaschule, de Lollar (Alemanha), Vilakas Valsts Gimnazija, de Vilakas, (Letónia) e da Viitaniemen Yläaste, de Jyväskylä (Finlândia), que ficaram instalados em famílias dos alunos caldenses e realizaram em conjunto várias actividades como visitas de estudo, workshops de culinária, de línguas, mecânica, iniciação à língua portuguesa, dança, química ao vivo e pintura.
Alexandra Sampaio, a docente que está na coordenação desta iniciativa que visa celebrar os Dias da Europa, diz que a Bordalo Pinheiro é escola parceira desde o inicio deste projecto já lá vão 20 anos.
Este tipo de intercâmbio é feito sem ajuda financeira para além do esforço das próprias escolas e das famílias que pagam as viagens e das famílias anfitriãs que recebem os jovens estrangeiros. Por tudo isto, a coordenadora considera que este projecto CIP “é o Bilhete de Identidade desta escola”. Até porque este já é o 18º encontro e já se fizeram quatro encontros europeus iniciados no tempo da direcção de Sá Lopes, tendo na coordenação o professor Daniel Henriques.
Um dos momentos que a docente quis destacar foi o jantar dos alunos com as famílias anfitriãs. “Incansáveis na sua postura tão portuguesa de bem receber, brindaram os convidados com iguarias de todo o tipo, como Rancho, as pataniscas, a salada com fruta apanhada no quintal, ou ainda a verdadeira salada russa confeccionada por uma mãe daquela nacionalidade que tem a sua filha como aluna da escola”, disse Alexandra Sampaio, acrescentando que o encontro deste ano contou com o envolvimento de muitas turmas da Bordalo Pinheiro.

Alunos estrangeiros querem regressar de férias a Portugal

Todos os estudantes estrangeiros que participaram neste 18º encontro estiveram em Portugal pela primeira vez. “Está a ser uma óptima experiencia! As pessoas são simpáticas, o tempo é bom e a comida é gostosa”, disse a alemã Jessica KnauB, de 17 anos. Frequenta o 11º ano no seu país e diz que a sua cidade é mais pequena do que as Caldas. Considera que os portugueses são “amigáveis, educados e, às vezes, um pouco crazies””. A jovem estudante gostou de conhecer Portugal e as Caldas “e gostaria de regressar com a minha família para passar férias”, rematou.
Já para o finlandês Paavo Vaananen, de 16 anos, o melhor que encontrou foi “o bom tempo e a forma cool de ser português!”. Adorou a Bordalo Pinheiro “por ser uma escola moderna” e o que mais gostou foi de jogar basquete e de ter feito um workshop de culinária pois aprendeu a fazer um prato de carne com batatas.
Marcel Schwald, 18 anos, da Alemanha, acha que os estudantes portugueses são “very nice” e estava satisfeito por fazer novos amigos num país estrangeiro. Esta é a segunda vez que saiu da Alemanha depois de já ter feito uma viagem aos EUA onde conheceu Chicago. Gostou dos workshops de dança e de artes e diz que no futuro se quer dedicar à política. “Gostava de regressar a Portugal, de férias com a minha família”, disse o jovem.

Jovens aproveitam para praticar o inglês

Barbara Himmelsbach é a directora da escola Clemens-Brentano  na  Alemanha e também participa no projecto CIP desde o início.
Considera que este tipo de experiência “é muito importante para os estudantes”, em especial porque têm a oportunidade de constatar que alunos de diferentes países “têm o mesmo objectivo de aprender na escola e ao mesmo tempo também se querem divertir um pouco”. Além de que a oportunidade de conhecer outras culturas “lhes ajuda a despertar a vontade de viajar e também de receber alunos estrangeiros”, disse a docente.
Para os professores também é importante pois a troca de ideias “permite-nos perceber as diferenças entre os sistemas educativos, se bem que as ideias gerais são as mesmas com pequenos pormenores que os distinguem consoante as culturas”, rematou a directora.
Mari Hkonen é professora de Inglês e de Alemão na escola em Jyvaskyla na Finlândia. Na sua opinião, estes encontros são essenciais para os estudantes e professores pois a troca de ideias “é útil para todos”.
Gostou tanto da região que diz que procurou um local onde possa ficar com a família durante uma ou duas semanas no seu período de férias.
Mari Hkonen foi questionada a propósito de apoio financeiro em Portugal que surgiu como uma má ideia dentro do quarto partido mais votado no seu país. “Creio que é uma minoria que pensa assim e que no final se chegará a acordo de modo a que a ajuda financeira possa vir”, disse a docente.
Ilze Strapcane é directora da Vilaka State Gymanasium, a escola da  Letónia que será a anfitriã do encontro no próximo ano. Esta professora esteve em Portugal pela segunda vez e acha que para os alunos este tipo de experiência é “óptima” pois “são obrigados a falar em Inglês com os seus colegas e nas famílias de acolhimento”, disse.
A coordenadora salientou a boa organização da iniciativa e como foi positiva a troca de ideias entre professores com o objectivo de “conhecer um pouco melhor os diferentes sistemas educativos”. Professores e alunos da Letónia acharam que o tempo na região era de autêntico, Verão já que no seu país estão “apenas cinco graus centígrados”, rematou a docente.