Têm nove anos e quatro livros publicados em papel, mais três digitais, num total de sete livros escritos. Os alunos da turma E do 1º ciclo do Complexo Escolar do Alvito desde cedo começaram este projecto porque a professora Teresa de Jesus não utiliza os manuais escolares para dar o currículo do 1º ciclo, substituindo-os pela utilização das TIC (Tecnologias da Informação e Comunicação), construção de livros e outros processos criativos.
Os meninos começaram por escrever um livro de histórias intitulado “Uma história por noite vamos contar aos papás”, que reunia apenas frases, e depois criaram o “Olhar o Cuquedo”, onde interpretaram o livro infantil “O Cuquedo”, de Clara Cunha e com ilustração de Paulo Galindro. Seguiu-se “Os Alvitinhos na Quinta”, “Quando o mar chegou a Óbidos”, a “Mosca Fosca”, “Os Alvitinhos vão à Europa” e, agora, ao terminar o 4º ano, o “livro de finalistas”, onde tanto os alunos como os pais partilham as suas experiências da vida escolar.
Este último livro, apresentado no ultimo dia de aulas (25 de Junho), foi feito em articulação com o atelierista Cláudio Barroca, do complexo do Alvito, durante todo o ano lectivo. O jovem designer gráfico e de multimédia explica que os meninos participaram em todo o processo de criação. “Trabalharam as letras, as cores e também a simbologia, tendo criado uma marca “My book Alvitinhos” para o seu trabalho”, explicou, acrescentando que articularam os vários conteúdos de uma forma criativa.
Esta turma não utiliza os manuais escolares porque “para dar o currículo do 1º ciclo não precisamos de livros nem fichas, mas de saber articular o currículo com as várias dimensões que se pode aplicar no ensino”, explica a professora Teresa de Jesus. Isso fica provado pelo trabalho feito pelos alunos ao nível dos resultados escolares (com 12 deles no quadro de honra da escola) e as iniciativas solidárias que dinamizaram, em que a cada 15 dias iam para uma grande superfície comercial angariar donativos para ajudar os animais.
A turma também conseguiu angariar, através da confecção e venda de bolos, mais de 2000 euros, que lhes permitiu ir numa visita de estudo, durante três dias, ao Tempo de Aventura, no Cadaval.