AMO faz parceria inédita com Banda da Força Aérea

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O concerto, dirigido por António Rosado, contou com 90 músicos em Óbidos
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Os alunos da Academia de Música de Óbidos (AMO) terão, nos próximos três anos, oportunidade de ensaiar, participar em workshops e tocar em concertos com a banda militar

Vinte e três alunos da Academia de Música de Óbidos viveram uma semana intensiva de aulas e ensaios com a Banda de Música da Força Aérea Portuguesa, em Lisboa. No passado sábado, 18 de maio, atuaram em conjunto, na Praça da Criatividade, em Óbidos. “Foi a primeira vez que a Banda da Força Aérea Portuguesa recebeu alunos de uma academia de música em estágio”, realça o diretor pedagógico da Academia de Música de Óbidos (AMO), Pedro Filipe, destacando a qualidade artística do trabalho daquela banda militar.
A proposta para este intercâmbio partiu da AMO. Após a pandemia, e com o afastamento dos jovens da música em detrimento de jogos e atividades mais lúdicas que não envolvem tanto estudo e dedicação, Pedro Filipe teve de procurar estratégias para incentivar os seus alunos. Dois dos professores da escola de música são músicos militares e surgiu a ideia, que foi concretizada em menos de dois meses.
A parceria entre as duas instituições é de três anos e, neste primeiro momento, participaram os melhores alunos das classes de sopro e percussão. Foram 23 no total, com idades compreendidas entre os 12 e os 18 anos e têm a particularidade de todos eles participam em bandas filarmónicas na região. Do efetivo da Banda da Força Aérea fazem já parte sete antigos alunos da AMO.
“O que pretendemos com este concerto foi abrir as portas para, pelo menos, mais dois espetáculos. E, tendo em conta a representatividade que a academia tem na região, gostaríamos que os futuros concertos sejam descentralizados a esses concelhos”, explicou Pedro Filipe à Gazeta das Caldas. E, de modo a que possam abranger ainda mais alunos da AMO, estão já a “planear o próximo ano e contactar as entidades, para tentar ter um pouco mais apoio local, das autarquias”.
A parceria envolve também a realização de estágios, concertos, workshops, masterclasses, entre outras atividades. “Pretendemos criar condições e atividades que possam mobilizar os alunos para também irem visitar espaços da Força Aérea”, acrescentou o responsável, salientando que se trata de um projeto aberto, que tem por objetivo o crescimento dos alunos, na sua formação humana e artística.
A AMO tem atualmente perto de 300 alunos e 37 professores, abrangendo os concelhos da Lourinhã, Peniche, Óbidos e Caldas da Rainha.

Os alunos da Academia de Música de Óbidos durante os ensaios

Repertório “eclético e exigente”
Na noite de sábado, os perto de 90 músicos em palco, dirigidos pelo tenente coronel António Rosado, tocaram um repertório “eclético e exigente”. Uma das peças interpretadas foi proposta pela Academia de Música (carrossel, freak show e poço da morte). Trata-se de uma obra encomendada, em 2006, a Jorge Salgueiro e que combina elementos da obra do compositor obidense José Joaquim dos Santos e uma alusão aos eventos que decorrem em Óbidos. Ouviram-se as músicas a Morte saiu à Rua, Canção de Embalar e Venham mais 5, lembrando o 25 de Abril e Zeca Afonso, nas vozes das pequenas Yasmin e Mafalda, terminando com a bem disposta melodia Tico-Tico no Fubá, de Zequinha Abreu.
Apesar do mau tempo, foram muitos os espetadores, especialmente familiares e amigos dos jovens músicos, que não deixaram de manifestar o “orgulho” por vê-los a “realizar o sonho” de tocar numa banda militar.
Também presente, o presidente da Câmara de Óbidos, Filipe Daniel, destacou a solidariedade e entreajuda entre os músicos, bem como a qualidade do concerto.
A solidariedade, disciplina, compromisso e partilha foram também enaltecidos pelo maestro da Banda da Força Aérea, lembrando os vários eventos que tiveram na última semana e a articulação que foi necessária para a sua realização. António Rosado salientou que esta foi a primeira vez que abriram a banda a músicos externos e deixou o convite a que outros músicos que queiram, também concorram. ■

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