Quem na passada semana assistiu aos treinos da selecção nacional em Óbidos foi desafiado a ser solidário e a doar alimentos para entregar ao Banco Alimentar do Oeste, tendo sido angariados 36 quilogramas de alimentos. Um número baixo, mas que é o pontapé de saída para um hábito que existe além-fronteiras e que se quer implementar em Portugal: que o público de qualquer evento se habitue a contribuir sempre com bens alimentares.
Mais do que angariar grandes quantidades de alimentos, o objectivo foi “sensibilizar as pessoas para a importância da solidariedade” nos dias que correm, sublinhou à Gazeta das Caldas o administrador da empresa municipal Óbidos Patrimonium, José Parreira. O responsável pela iniciativa refere que “noutros países, como no Brasil, já há o hábito de levar alimentos para os eventos, além do bilhete. E cá podemos criar esse hábito”.
José Parreira defende que em acções como estas as pessoas podem e devem envolver-se com “contributos pequenos, individuais, mas fundamentais numa altura destas”, em que são cada vez mais as famílias necessitadas. Por isso, admite que a acção de recolha de bens alimentares se possa repetir noutros eventos.
Já o presidente do Banco Alimentar do Oeste, José Siqueira de Carvalho, diz que estas acções são sempre positivas “porque envolvem as pessoas e isso é o mais importante”. O Banco Alimentar tem como política a restrição da visibilidade a duas grandes campanhas por ano (em Maio e Novembro) e por isso “não fomentamos iniciativas deste género”, explica o responsável. Ainda assim, “se a sociedade civil o fizer, é sempre bom, até porque todos os dias recebemos novos pedidos”, diz o responsável pela estrutura que ajuda, através de 56 instituições, 1.877 famílias com comprovadas carências alimentares nos concelhos de Alcobaça, Bombarral, Cadaval, Caldas da Rainha, Lourinhã, Nazaré, Óbidos e Peniche.
J.F.