
Ex-ministra da Saúde considera que atualmente há “ferramentas poderosíssimas” para ajudar na articulação da saúde com outras áreas.
Defensora da necessidade de olhar para a sociedade numa perspetiva mais intersetorial, a antiga ministra da Saúde, Maria de Belém Roseira, salienta que as instituições não podem continuar a atuar como no passado mas que têm de estar mais vocacionadas para interagir.
Depois de uma retrospetiva sobre o setor social, onde destacou o papel da Rainha D. Leonor, a convidada abordou a necessidade de se olhar para estas problemáticas num contexto diferente, colocando ênfase na transição digital. “Hoje em dia temos ferramentas poderosíssimas para fazer acontecer o que importa”, disse, dando como exemplo o investimento em ferramentas que permitem a articulação entre saúde e segurança social. Estas são essenciais, de acordo com Maria de Belém Roseira, para a melhoria da prestação dos cuidados de saúde por melhor diagnóstico, mais segurança no diagnóstico e mais precisão.
A transição digital é, de resto, uma das opções estratégicas estabelecidas na União Europeia e a antiga governante lamenta que Portugal esteja “atrasadíssimo” no que respeita à concentração dos dados e sua utilização no domínio da saúde. “Temos agora uma parte do PRR virada para a transição digital e a ideia do atual ministério da Saúde é de que não pode fazer as coisas sozinho, têm de se articular com o setor da economia social e privado”, disse, confiante.
A transição digital já é uma realidade no Montepio Rainha D. Leonor e Maria de Belém Roseira mostrou-se “muito satisfeita por ver este espírito de abertura à modernidade”.
Esta entidade conta terminar, durante este mês, a migração de toda a informação para a cloud. “Já implementámos o sistema de digitalização documental, não circulam papéis, é tudo por via eletrónica”, explicou Francisco Rita. Outro passo para facilitar a vida dos utentes é a instalação de um sistema de gestão de filas, em que através de uma aplicação a pessoa recebe uma informação na hora em que se deve dirigir ao Montepio para ser atendida. Está ainda a ser implementado um novo sistema informático para a gestão de toda a estrutura hospitalar que irá permitir, através de outra aplicação, fazer medicina em casa.
“A digitalização dos serviços é obrigatória, sem isso não há produtividade”, salientou Francisco Rita.