Artesanato voltará à Praça da Fruta no mês de outubro

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O trabalho ao vivo atraiu gente de todas as idades
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Quarenta artesãos marcaram presença no evento de estreia da associação local que apostou no trabalho ao vivo

As bancas da Praça, habitualmente cheias de legumes, frutas e flores deram lugar, no sábado, 20 de abril, a diferentes bancas dedicadas ao artesanato. Decorreu até às 23h00 e contou com atuações musicais que fizeram com que o tabuleiro da Praça estivesse sempre animado até à noite.
Segundo Teresa Teodoro, a presidente da Associação de Artesão das Caldas, marcaram presença 42 artesãos que trouxeram peças feitas com vários tipos de técnicas desde as madeiras, bijuteria, trabalhos em têxteis, calçado, cerâmica num sem fim de propostas que ajudou a animar o centro da cidade durante a tarde e serão.
“Temos os nossos doces tradicionais como as ferraduras, beijinhos ou cavacas que nos foram doados por empresas e artesãos”, explicou a presidente que, por sua vez, também teve a sua banca de peças de cerâmica neste novo evento, criado já sob a nova direção que dirige
A iniciativa contou com “comes e bebes” feitos pelos elementos do Rancho Folclórico “As Ceifeiras” como Sopa da Pedra, Pão com Chouriço, filhós e Café d’Avó que podiam ser adquiridos no quiosque da Praça. As iguarias acabaram por provocar filas e transformaram parte do tabuleiro num espaço de partilha e de convívio pois foram colocadas grandes mesas corridas, com várias famílias a saborear estas propostas típicas desta zona.
A Associação de Artesãos das Caldas quer voltar a realizar este evento em outubro, voltando a apostar no trabalho ao vivo, algo que chama o púbico e proporciona a partilha entre autores e visitantes.
Entretanto os artesãos caldenses vão estar presentes em vários eventos nacionais. Logo no início de maio vão estar presentes na feira de Estremoz ao qual se segue a realização de uma exposição de 11 a 26 de maio na Capela de S. Sebastião. Depois vão estar em Lisboa para participar na FIA.
“Em outubro regressaremos à Praça nos mesmos moldes com os sócios e com novos convidados”, disse a presidente que, para esta edição de estreia, convidou também autores de Santa Catarina, de Óbidos e da Nazaré.

Ofícios que estão a desaparecer
“Trabalhei durante 48 anos em madeira”, disse António Fernando, que é do Campo. Dedicou-se ao ofício de carpinteiro desde os dez e laborou até aos 58 anos nesta profissão. Acha que estas realizações são boas pois “é preciso fazer-se algo para movimentar o artesanato e a própria cidade”. Preocupa-o facto de cada vez haver menos gente a dedicar-se ao trabalho em madeira pois “ninguém quer aprender a ser carpinteiro”.
O que sabe aprendeu na Casa Delfim António Móveis. “Fui criado dentro das aparas”, disse António Fernando, que só não gostava de fazer cadeiras. João Ricardo, artesão da Associação que faz peças artesanais em madeira – apendeu com este mestre, que ensinou dúzias de aprendizes e que ainda se entretém a fazer algumas peças para si e em casa. João Ricardo, que é também carpinteiro da autarquia recria brinquedos antigos e instrumentos de cozinha.
Gabriella Araújo é do Rio de Janeiro e dedica-se ao macramé há cinco anos. Integra a Associação de Artesãos e teve a ideia de realizar um painel coletivo com os visitantes, convidando-os a experimentar (e a aprender) como se fazem os diferentes nós desta técnica que começou como hobbie. Agora está a juntar o macramé com a cerâmica.
João Pinto esteve a fazer raku, uma técnica de origem japonesa que permite tons metalizados, após a cozedura. Nesta edição era possível adquirir peças de cerâmica, decorá-las e depois aguardar pela cozedura, levando a peça concluída para casa. João Pinto viveu nas Caldas e agora vive e trabalha em Tomar. Ensina cerâmica e desloca-se a várias localidades por causa do seu ofício. A noite viveu-se com alegria com a atuação do Rancho “As Ceifeiras”, dos Cantares de Abril e de São Portugal. ■

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