Artesãos caldenses mostraram-se no Largo do Hospital Termal

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A feira, com os vendedores dispostos em círculo, proporcionou um cenário diferente no Largo do Hospital Termal | D.R.

No passado sábado, 16 de Setembro, realizou-se mais um mercado Cria de artesanato no Largo do Hospital Termal. De manhã até à noite, 32 expositores (a maioria caldense) mostraram o seu trabalho, num evento que contou com muita animação e movimento. Em Dezembro deverá realizar-se novo mercado naquele espaço.

Além de muita e diferente cerâmica (em barro branco e vermelho), no mercado Cria do passado sábado, 16 de Setembro, havia, por exemplo, bijuteria, azulejos, louça, bordados das Caldas, ímanes, bolsas, caixas, porta-chaves, pedras pintadas, tábuas de cozinha, molduras, peões, rosas de madeira e esculturas em casca de ovos.
Num dos expositores encontramos Margarida Antunes, que trouxe a “Última Ceia”, os presépios e as figuras de Santo António feitas em barro vermelho para vender no mercado. Com atelier na cidade há mais de 20 anos, Margarida Antunes não vive da cerâmica, é um hobby.
“Já tinha participado na primeira e acho que esta disposição, em círculo, fica mais bonito e fica tudo mais junto”, afirmou.
Bem perto está Vítor Pires, que divide uma banca com a esposa, Alina e que, de há 10 anos para cá, esculpe miniaturas em barro branco. Ele que trabalha nos escritórios de uma fábrica de faianças, sai do trabalho e vai meter a mão no barro. “É um trabalho que requer extrema precisão, paciência e boa visão”, fez notar.
De Torres Vedras veio a Adélia’s Garden (de Adélia Caldeira), que trouxe cactos e plantas para vender. Um dos atractivos são os vasos feitos de musgo enrolado com fio de pesca, utilizando a técnica japonesa Cokdam.
Em termos gastronómicos não faltaram os 70 chás e uma dúzia de especiarias da Mercearia Zen, os crepes da Arte&Come, as empadas e bolachas da Gramas com Sabor ou a fruta desidratada de Ana Duarte. Esta habitante do Chão da Parada começou recentemente a produzir e planeia lançar a sua marca em Dezembro.
Na sua banca tem maçãs, pêra rocha, pêssego, banana, kiwi, ameixa, fisalis, manga, abacaxi, morango e dióspiro. Além disso também desidrata tomates e cogumelos. Muitos destes produtos vêm da sua produção própria.
Ainda na gastronomia havia os pastéis Pelicano, as batatas-fritas Ronda ou o mel da ByQuintal. Este último é produzido por Júlio Lopes e a sua esposa, ambos de Vila de Rei. Este casal de apicultores tem actualmente 100 colmeias, depois de os fogos deste Verão terem destruído outra centena (ou seja, cerca de quatro milhões de abelhas).
“Estivemos na Frutos e fomos convidados para este mercado, também temos clientes das Caldas e o nosso produto é vendido numa loja em Óbidos”, contou Júlio Lopes.
A animação foi garantida pelo Grupo Típico Emília Costa (que cantou vestindo trajes tradicionais) e pela actriz Inês Fouto, que trouxe a sua Mala de Cenas com os fantoches.
Inês Fouto também elogiou a localização e a disposição das bancas em círculo num local que conflui com o Parque, com a Praça e com o Hospital Termal. “Estamos todos virados uns para os outros, o que também é muito simbólico, e é no centro que as coisas se passam”, fez notar.
Trouxe animação e deu a conhecer as suas iniciativas, como uma oficina de teatro para crianças e jovens e a formação para adultos. A actriz, que é autora do espectáculo Alter-Egos de Bordalo, contou com a ajuda de Quitó (Joaquim António) e Orlando Trindade para musicarem a actuação.
Pedro Braz, presidente da Associação de Artesãos das Caldas (que organiza o evento) fez um balanço “muito positivo” deste segundo mercado no largo do Termal, com mais gente a passar pelo evento. Participaram 32 expositores, mais quatro que na edição anterior.
Actualmente a associação tem cerca de 20 sócios e ainda não tem sede física. No Natal pretendem organizar novo mercado, mas para tal é preciso acautelar o frio.
A lisboeta Teresa Monteiro, que tem casa nesta zona, encontrou o mercado Cria por acaso, quando passeava pela cidade. “Achei interessante, num espaço muito bonito e que não costuma ter nada”, afirmou a jovem, destacando a importância da feira para os artesãos.

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