Faria Artur regressa à Guerra Colonial e à revolução de 1974

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Jornalista reuniu memórias de um oficial em Moçambique com os acontecimentos do antes e pós 25 de Abril

“Por entre os trilhos da memória” é o título do terceiro livro do jornalista Faria Artur, agora dado à estampa e que regressa aos temas que lhe são caros. À guerra colonial e ao Portugal do antes e do pós-25 de Abril.
O jornalista e escritor tem ligações familiares às Caldas. A mãe é caldense e o autor possui casa em Tornada, onde passa as férias e os fins de semana.
Sobre esta nova história, o jornalista contou à Gazeta das Caldas que nela se unem as “situações da vida do alferes miliciano às quais se reúnem as mais variadas situações relacionadas com a vida daquele militar quando era adolescente, jovem e adulto”.
Os relatos têm diversas geografias, pois passam-se em Moçambique, em Portugal continental, sem esquecer acontecimentos que o narrador relata na região Oeste. É neste território que se evocam memórias da juventude da personagem principal, além da referência ao 16 de Março de 1974, a tentativa falhada de derrube do regime que saiu do Quartel das Caldas, do RI5. “O momento não é propício para organizar uma apresentação da obra para já”, disse o autor, que vai aguardar pela realização da Feira do Livro de Lisboa para fazer a apresentação da obra, que tem chancela da Âncora Editora.
Faria Artur reconhece que a sua própria experiência se encontra descrita nesta obra “com afetividade e realismo”, sobretudo a que se relaciona com a guerra colonial e que marcam uma geração de portugueses.
Em “Por entre os trilhos da memória” acompanham-se as personagens nos jantares dançantes, muito em voga na época ou em situações mais difíceis para todos como eram as partidas de avião em Figo Maduro para os territórios africanos. “E a ordem menos desejada chegou: o embarque. Pais separam-se de filhos. Mulheres choraram agarradas aos maridos… Amigos exageraram nos abraços e apertos de mão, enquanto diziam alto e bom som: “Estás aqui, estás de volta!””, afirma-se nesta terceira obra que vai culminar com o 25 de Abril de 1974.
Faria Artur, autor dos romances “Perdidos num Verão Quente” e “Amor, ioga e net ou a crónica do Senhor Alferes” foi redator, grande-repórter e editor do DN. Nos anos 1990, foi distinguido duas vezes com o prémio “Reportagem na Europa” dos gabinetes em Portugal do Parlamento Europeu e da Comissão Europeia. ■

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